George Santos faz acordo com MP do Rio para evitar processo no Brasil
Ele é acusado de cometer fraude contra um funcionário do Ministério Público em 2008; ele responde nos Estados Unidos por 13 acusações, mas negou todas em depoimento à justiça norte-americana
O acordo do deputado republicano George Santos com as autoridades brasileiras para evitar processos em um caso de estelionato de 2008 deve ser finalizado nesta quinta-feira (11) no Rio de Janeiro, de acordo com documentos vistos pela CNN.
Os promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro propuseram um acordo com Santos no qual ele pagaria multa ao estado do Rio de Janeiro e reembolsaria a vítima pelo valor integral que fraudou, corrigido pela inflação.
Espera-se que Santos compareça perante o juiz por vídeo na tarde de quinta-feira.
Documentos obtidos pela CNN em janeiro mostraram que Santos confessou ter cometido fraude contra um atendente em uma loja do Rio de Janeiro, após fazer uma compra de US$ 1.300 em roupas e sapatos em 2008.
O valor total que os promotores estão solicitando que Santos pague é de aproximadamente US$ 4.878,45 (cerca de R$ 24,170). Desse valor, aproximadamente US$ 2.000 (R$ 9,9 mil) irão para o governo como multa e US$ 2.800 (R$ 13,8 mil) para a vítima.
Uma fonte familiarizada com o caso e com a legislação do estado do Rio de Janeiro disse que a multa foi mais de sete vezes o valor médio cobrado em multas para casos semelhantes.
Em janeiro, o advogado de Santos solicitou o acordo em uma petição que dizia que Santos concordaria em confessar formalmente o crime e pagar indenização à vítima, conforme exigido pela lei brasileira, a fim de evitar processos.
Um memorando de promotores brasileiros concordando com o acordo em março pediu à defesa garantias de que eles poderiam entrar em contato com a vítima para reembolsá-lo antes que o acordo fosse finalizado.
Em comunicado à CNN em março, o Ministério Público reconheceu o memorando, mas enfatizou que o acordo não é final até que todas as condições sejam cumpridas. O caso está sob sigilo judicial.
A notícia do possível acordo brasileiro veio depois que Santos se declarou inocente na quarta-feira de 13 acusações federais dos EUA, incluindo lavagem de dinheiro, fraude eletrônica, roubo de fundos públicos e mentira para a Câmara dos Deputados.