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    Gelo que levou 2 mil anos para se formar no Everest derreteu em cerca de 25 anos

    De acordo com estudo da Universidade de Maine, o derretimento se intensificou a partir de 1990

    Turistas aos pés do Monte Everest, no Tibet
    Turistas aos pés do Monte Everest, no Tibet Foto: Costfoto/Barcroft Media via Getty Images

    Angela DewanDanya Gainorda CNN

    A geleira mais alta da montanha mais alta do mundo, o monte Everest, está perdendo décadas de gelo a cada ano por causa das mudanças climáticas induzidas pelo homem, mostra um novo estudo.

    As descobertas servem como um alerta de que o rápido derretimento das geleiras em alguns dos pontos mais altos da Terra pode trazer impactos climáticos cada vez piores, incluindo avalanches mais frequentes e o ressecamento das fontes de água com diversos usos, como beber, irrigar e energia hidrelétrica.

    O gelo que levou cerca de 2.000 anos para se formar na geleira South Col derreteu em cerca de 25 anos, o que significa que se diluiu cerca de 80 vezes mais rápido do que sua formação.

    Embora o derretimento das geleiras seja amplamente estudado, pouca atenção científica tem sido dada a essas formações nos pontos mais altos do planeta, argumentam os pesquisadores no estudo, publicado no Nature Portfolio Journal Climate and Atmospheric Science.

    Uma equipe de cientistas e alpinistas, incluindo seis da Universidade do Maine, visitou a geleira em 2019 e coletou amostras de um núcleo de gelo de 10 metros de comprimento. Eles também instalaram duas estações meteorológicas automáticas para coletar dados e responder a uma pergunta: as geleiras mais fora de alcance da Terra são impactadas pelas mudanças climáticas ligadas ao homem?

    “A resposta é um retumbante sim, e de forma muito significativa desde o final dos anos 1990”, disse Paul Mayewski, líder da expedição e diretor do Instituto de Mudanças Climáticas da Universidade do Maine.

    Os pesquisadores disseram que as descobertas não apenas confirmaram que as mudanças climáticas de origem humana atingiram os pontos mais altos da Terra, mas também estavam interrompendo o equilíbrio crítico que as superfícies cobertas de neve fornecem.

    “É uma mudança completa do que foi experimentado naquela área, provavelmente durante todo o período de ocupação humana nas montanhas”, disse Mayewski à CNN. “E aconteceu muito rápido”.

    A pesquisa mostrou que, uma vez que o gelo da geleira ficou exposto, perdeu cerca de 55 metros de gelo em 25 anos. Os pesquisadores observam que a geleira se transformou de uma camada de neve em predominantemente gelo, e essa mudança pode ter começado já na década de 1950.

    Mas a perda de gelo tem sido mais intensa desde o final da década de 1990. Essa transformação em gelo significa que a geleira não pode mais refletir a radiação do sol, tornando seu derretimento mais rápido.

    Além de todos os impactos sobre aqueles que dependem da água das geleiras, a taxa atual de derretimento também tornaria as expedições ao Monte Everest mais desafiadoras, já que a neve e a cobertura de gelo diminuiriam ainda mais nas próximas décadas.

    “Os ursos polares têm sido o símbolo icônico do aquecimento do Ártico e da perda de gelo marinho”, disse Mayewski. “Esperamos que o que aconteceu no alto do Everest seja outra chamada e demonstração icônica”.

    A estação climática levada pela equipe é a primeira instalada no que é conhecido como “zona da morte” por suas perigosas condições de caminhada – é a região acima de 8.000 metros onde não há oxigênio suficiente para sustentar a vida além de curtos períodos de tempo.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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