Veja antes e depois de Acapulco após furacão Otis
Imagens de satélite registraram situação após passagem do fenômeno
Novas imagens de satélite mostram a escala de destruição causada pelo furacão Otis, de categoria 5, em Acapulco e no sul do México.
Poucos na história suportaram um furacão tão forte: isso nunca tinha acontecido com Acapulco. Seus ventos de 265 km/h eram semelhantes a um tornado EF3 lento de 48km.
Pelo menos 27 pessoas morreram quando o mar invadiu os territórios, impulsionado pelo vento da tempestade que devastou e rasgou o horizonte de Acapulco.
Os hotéis em arranha-céus e residências da cidade, que brilhavam sob o sol tropical antes de Otis, são agora esqueletos de concreto e metal retorcido manchados de lama.
Estima-se que 80% dos hotéis de Acapulco sofreram graves danos, disse Jorge Laurel, ex-presidente da Associação de Hotéis e Empresas Turísticas de Acapulco, à CNN.
“Esta é uma situação caótica, um cenário devastador com danos não quantificáveis ”, disse Laurel à CNN. “Não há energia, toda a rede elétrica está semi ou totalmente destruída”.
Laurel estimou que cerca de 40.000 turistas estavam em Acapulco antes da tempestade, apesar de ser baixa temporada.
A velocidade inesperada e excepcional com que Otis se fortaleceu, alimentado por um oceano mais quente, é um exemplo brutal das tempestades que os cientistas dizem que os humanos podem esperar em um clima alterado pela poluição que aquece o planeta.
E pegou muitos de surpresa em Acapulco, alguns dos quais ainda estão desaparecidos. Melitón López chegou à cidade na quinta-feira (26) para encontrar sua filha Fátima, de quem não tinha notícias desde que a tempestade começou a avançar.
“Ela me disse: ‘Estou na ponte, há muitos danos, árvores estão caindo, pedaços de prédios estão caindo’, e então não tivemos mais notícias dela”, disse Lopez.
Um grupo de turistas disse à CNN que se abrigaram sob uma ponte por várias horas enquanto a tempestade atingia a região, depois de ficarem presos enquanto viajavam de ônibus de volta ao hotel.
Os sobreviventes da tempestade que chamam que moram em Acapulco e os turistas que o procuravam um local para se abrigar amarraram os seus pertences restantes aos seus carros, procurando abrigo, uma saída ou ambos.Outros começaram a caminhar para tentar encontrar uma saída de uma cidade com aeroporto paralisado e estradas bloqueadas e congestionadas por destroços e veículos.
As autoridades mexicanas disseram que abririam o aeroporto de Acapulco na manhã desta sexta-feira (27) com capacidade limitada para voos comerciais da Cidade do México para tirar pessoas e levar suprimentos médicos para a cidade. Eles também disseram que enviariam 270 ônibus para a área para ajudar nas evacuações.
Para aqueles que permanecem, a extensão dos danos é tão grave que a recuperação parece uma perspectiva distante.
“Acapulco precisa de muita ajuda, o governo federal precisa colocar toda a atenção aqui, a reconstrução vai demorar muito, são necessários muitos investimentos e muitos programas de apoio”, disse Laurel.
A ajuda tem demorado a chegar e as pessoas estão cada vez mais frustradas e desesperadas ao longo do tempo. A CNN testemunhou pessoas retirando alimentos e suprimentos básicos de diversas lojas.
“As pessoas nos dizem que não têm ajuda: não recebem água, não recebem comida”, informou Gustavo Valdés, da CNN, de Acapulco, na quinta-feira. “Eles nos disseram que só precisavam de algo para sobreviver”.
VÍDEO – Furacão deixa 27 mortos e quatro desaparecidos no México
