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    Fundo global fará reunião inédita em Brasília para destinar US$ 1,4 bilhão ao meio ambiente

    GEF é o mais antigo fundo de financiamento do setor e o Brasil será o local de sua primeira reunião fora dos EUA

    Américo Martins

    O conselho do mais antigo e um dos mais importantes fundos de financiamento ambiental do mundo, o Global Environment Facility (GEF), vai fazer uma reunião na semana que vem em Brasília para destinar US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 6,7 bilhões) para projetos no setor.

    O CEO e presidente do Conselho do GEF, Carlos Manuel Rodríguez, disse, em entrevista exclusiva à CNN, que o dinheiro será alocado para ações contra as mudanças climáticas, para a proteção da biodiversidade, controle da poluição química e plástica e diminuição de resíduos em águas internacionais.

    Este será o primeiro grande encontro global sobre meio ambiente organizado no Brasil desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que colocou a defesa do setor como uma prioridade de seu governo.

    Nada menos do que 185 países fazem parte do GEF, que foi criado durante a Rio-92, a primeira Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992, com a presença dos principais líderes mundiais da época.

    A Rio-92 foi a predecessora das COPs, as conferências mundiais sobre o clima que agora acontecem anualmente.

    Importância do encontro

    Segundo Rodríguez, o encontro deste ano é muito significativo por fatores diferentes.

    Em primeiro lugar, pelo ineditismo do local do evento. Esta será a primeira vez que o conselho vai se reunir fora de Washington, nos Estados Unidos, onde fica a sede do fundo. O Brasil foi escolhido para essa reunião histórica justamente por sua importância e relevância no setor.

    Em segundo lugar, pelos valores que serão destinados aos países beneficiários. O GEF tem um total de US$ 5,3 bilhões (mais de R$ 25,3 bilhões) para distribuir a 136 nações em quatro anos — dos quais o US$ 1,4 bilhão a ser destinado este ano.

    O fundo, no entanto, permite a possibilidade de cofinanciamento dos projetos, com aportes extras de governos e da iniciativa privada. Com isso, Rodríguez estima que mais US$ 10 bilhões (R$ 47,8 bilhões) poderão ser destinados aos projetos.

    Desse total, o Brasil vai receber, segundo estimativa de Rodríguez, pelo menos US$ 90 milhões (cerca de R$ 430 milhões). Mas este valor pode chegar a até US$ 400 milhões (R$ 1.9 bilhão) com o cofinanciamento. Além disso, o país será beneficiado com outras cotas relacionadas a projetos regionais e também globais, que envolvem outras nações.

    A terceira razão da importância da reunião deste ano diz respeito à aprovação formal do Fundo Global de Biodiversidade, cuja criação foi recomendada na última Conferência sobre Biodiversidade, a COP15, em Montreal, no Canadá, no fim do ano passado.

    Este será o primeiro fundo global destinado exclusivamente à proteção da biodiversidade – similar aos fundos destinados a combater as mudanças climáticas.

    Na COP15 da biodiversidade, ficou determinado que o GEF administraria o novo fundo.

    Rodríguez admite que há muita divergência entre os países membros sobre as regras que se aplicarão ao novo fundo, mas está otimista com o possível resultado das discussões.

    “Em alguns casos, as posições são bastante antagônicas. Mas a história do conselho do GEF está associada a consensos em comum acordo e não acho que esses serão a exceção”, diz ele.

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