França vai proibir o uso de abaya nas escolas públicas, diz ministro da Educação
Manto usado por mulheres muçulmanos se soma a uma série de proibições que a país já tem sobre o uso de símbolos religiosos nas escolas
A França vai proibir as crianças de usarem a abaya, o manto largo usado por algumas mulheres muçulmanas, nas escolas públicas, disse o ministro da Educação neste domingo (27), antes da volta às aulas.
O país, que impõe uma proibição rigorosa de símbolos religiosos nas escolas públicas desde que as leis do século 19 eliminaram qualquer influência católica tradicional no ensino público, tem tentando atualizar as regras conforme lida com uma crescente minoria muçulmana.
Em 2004, o país baniu o uso de lenços na cabeça nas escolas e, em 2010, aprovou a proibição do uso em público de véus que cobrem o rosto inteiro, o que irritou membros da comunidade muçulmana, que soma 5 milhões de pessoas no país.
A defesa da separação entre religião e Estado é um pleito que perpassa todo o espectro político da França, desde a esquerda que defende os valores liberais do Iluminismo até os eleitores da extrema direita que procuram proteções contra a influência crescente do Islã na sociedade francesa.
“Decidi que a abaya não poderá mais ser usada nas escolas”, disse o ministro da Educação, Gabriel Attal, em entrevista ao canal de TV TF1.
“Quando você entra em uma sala de aula, você não deveria ser capaz de identificar a religião de um aluno só de olhar para ele”, disse.