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    França e UE ajudam produtores de vinho com cerca de R$ 1 bilhão

    Setor vive dificuldades causadas pelas mudanças climáticas e pelo mercado de consumo pós-pandemia

    Joshua Berlingerda CNN*

    Paris

    O governo francês e a União Europeia devem gastar 200 milhões de euros (pouco mais de R$ 1 bilhão) para apoiar os produtores de vinho do país que estão com problemas para lidar com a queda nos preços e a diminuição da procura.

    Inicialmente, o Ministério da Agricultura francês tinha alocado 160 milhões de euros (cerca de R$ 840 milhões) para o programa de crise, permitindo que certos produtores vendessem o excesso de estoque para destiladores, que transformavam esse excedente em outros produtos alcoólicos, como álcool em gel.

    A alta demanda pelo programa de recompra voluntária, anunciado em junho, levou as autoridades a aumentar seu orçamento para 200 milhões de euros, informou o Ministério da Agricultura em comunicado na sexta-feira (25).

    A França era, em 2020, o segundo maior produtor e o maior exportador de vinho do mundo. No entanto, desde a pandemia de Covid-19, o setor tem sido afetado pela inflação e pela alteração dos padrões de consumo. As safras cada vez mais fracas devido às alterações climáticas também ameaçam o futuro de vinhedos franceses.

    Segundo a UE, uma boa produção no ano passado, combinada com a diminuição da procura, criou um excesso de oferta em toda a Europa. Em junho, a produção deste ano estava estimada em cerca de 4% – mais elevada do que o habitual – mas o consumo caiu cerca de 7% na Itália, 10% na Espanha, 15% na França, 22% na Alemanha e 34% em Portugal. As exportações de vinho da UE de janeiro a abril deste ano também se mostraram 8,5% inferiores às do ano passado.

    “Esse contexto do mercado está se traduzindo em dificuldades de venda para viticultores e produtores da UE, em uma redução dos preços e, consequentemente, numa grave perda de rendimentos, em especial nas regiões mais atingidas por essas tendências”, afirmou a UE em declaração em junho.

    A UE afirmou que, em todo o bloco, os vinhos mais afetados são os tintos e rosés produzidos em certas zonas da França, Espanha e Portugal.

    O governo francês também tem incentivado viticultores a buscar culturas alternativas para lidar com as mudanças climáticas e a evolução das forças do mercado. O Ministério da Agricultura também anunciou um plano para pagar até 6 mil euros (R$ 31,5 mil) por hectare para ajudar os produtores a arrancar as vinhas com segurança.

    *Dalal Mawad, da CNN, contribuiu na reportagem

    VÍDEO – Daniela Filomeno visita a capital do vinho na França

     

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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