Fortalecimento da direita radical na Europa vem se intensificando nos últimos 20 anos, diz analista
Fernanda Magnotta destaca que os resultados funcionaram como um "termômetro" para avanços futuros de movimentos radicais no continente
As eleições para o Parlamento Europeu realizadas recentemente funcionaram como um “termômetro” que indicou o crescimento da extrema direita em países-chave do continente, segundo a analista de Internacional Fernanda Magnotta.
Em sua análise, Magnotta destacou que, embora o controle do Legislativo europeu ainda permaneça nas mãos do centro e da centro-direita, o avanço de partidos de extrema direita em nações como França e Alemanha é um sinal preocupante.
Desafio ao poder vigente
Os resultados eleitorais franceses representaram um desafio direto ao governo do presidente Emmanuel Macron, que dissolveu a Assembleia Nacional após o crescimento histórico da extrema direita. Na Alemanha, a legenda de ultradireita se tornou a segunda maior força política, superando até mesmo os sociais-democratas do governo de Olaf Scholz.
Segundo Magnotta, essa tendência de fortalecimento da direita radical não é recente e vem se intensificando nos últimos 20 anos em toda a Europa, tanto na região Ocidental quanto no Leste do continente. “Em alguns países, essa representação se tornou tão grande que em alguma medida ameaçou de fato tomar o poder”, alertou.
Futuro incerto
Embora não haja “pânico” imediato, já que a coalizão de centro ainda domina o Parlamento Europeu, a analista adverte que o horizonte aponta para um fortalecimento progressivo da direita extremista na região. “O que vem no horizonte como uma tendência progressiva é do fortalecimento dessa direita europeia”, concluiu Fernanda Magnotta.
Os resultados eleitorais serviram, portanto, como um prenúncio dos ventos que podem estar por vir no cenário político europeu, com a ascensão de movimentos radicais de direita desafiando o status quo estabelecido.
(Publicado por Raphael Bueno, da CNN Brasil)