Forças russas libertam prefeito eleito de Melitopol, na Ucrânia
Acusado de crimes de terrorismo por separatistas pró-Rússia, Ivan Fedorov foi sequestrado e preso na última sexta-feira (11)
De acordo com uma publicação de Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, as forças russas libertaram o prefeito da cidade ucraniana de Melitopol, Ivan Fedorov, que estava preso desde a última sexta-feira (11).
“O prefeito de Melitopol, Ivan Fedorov, foi libertado do cativeiro russo”, disse o chefe de gabinete da Presidência da Ucrânia. Segundo autoridades ucranianas, o prefeito foi sequestrado e mantido em cativeiro pelas forças russas.
O Ministério da Defesa ucraniano publicou um vídeo em que o presidente Zelensky conversa com Fedorov. “Nós não abandamos os nossos”, disse o presidente ucraniano ao prefeito que está agora em liberdade.
https://twitter.com/DefenceU/status/1504164932488765451?s=20&t=fCdgZA10Mo4BFQfIeub_bA
Embora tenha sido eleito pela população de Melitopol, Ivan Fedorov foi detido por homens armados na região separatista de Luhansk, controlada por rebeldes pró-Rússia e apoiada pelo governo de Vladimir Putin, que reconheceu a área como independente.
Atualmente, Melitopol está sob controle militar do exército da Rússia.
A última aparição do prefeito da cidade foi registrada por um vídeo, em que é possível vê-lo sendo levado para longe de um prédio do governo na cidade por homens armados.
Logo após a prisão de Fedorov, uma nova prefeita assumiu a cidade ucraniana de Melitopol nomeada pela administração regional de Zaporozhye. Galina Danilchenko, ex-membro do conselho da cidade, assumiu como prefeita interina e foi anunciada através de um canal de televisão local.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia classificou o sequestro do prefeito como um “crime de guerra”. A pasta afirmou que a detenção é mais uma das “violações grosseiras de normas e princípios do direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.”
Este foi o primeiro caso conhecido de um oficial político ucraniano sendo detido e investigado por forças russas — ou apoiadas pela Rússia — desde o início da invasão.
Prefeito é acusado de terrorismo por separatistas pró-Rússia
De acordo com a promotoria da região separatista de Luhansk, o prefeito Fedorov é acusado de crimes de terrorismo, e teria ajudado e financiado atividades terroristas ao fazer parte de uma comunidade criminosa.
A promotoria de Luhansk alegou que Fedorov é membro do grupo “Right Sector”. A CNN informou anteriormente que se trata de um grupo paramilitar e político nacionalista ucraniano que opera na Ucrânia.
O grupo tem uma postura anti-Rússia, mas observadores independentes dizem que não se trata de uma ameaça fascista, como o presidente russo Vladimir Putin afirma ser.
A promotoria da região separatista alega que o “Right Sector” realizou atos terroristas contra civis na região de Donbass, mas não fornece detalhes.
Em uma declaração televisionada, a prefeita interina de Melitopol, Galina Danilchenko, disse que sua “principal tarefa é tomar todas as medidas necessárias para que a cidade volte ao normal”.
Ela alegou que ainda havia pessoas em Melitopol que tentariam desestabilizar “a situação e provocar uma reação de mau comportamento”. Danilchenko propôs a criação de um “Comitê de Escolha do Povo” para “resolver todas as questões críticas de Melitopol e da região de Melitopol”.
Imagens de satélite mostram danos em Mariupol e fora de Kiev
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*Com informações da Reuters e CNN Internacional