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    Famílias se alegram com fim de quarentena para entrar na China após anos de separação

    Autoridades chinesas anunciaram, na segunda-feira (26), que a partir de 8 de janeiro a quarentena para todas as chegadas internacionais no país não será mais obrigatória

    Jessie YeungSelina WangCheng Chengda CNN

    A reabertura parcial da China foi recebida com alegria e alívio por parte dos cidadãos – tanto as centenas de milhões de pessoas isoladas dentro do país nos últimos três anos quanto as pessoas no exterior separadas de seus entes queridos.

    As autoridades anunciaram na segunda-feira (26) que, a partir de 8 de janeiro, a China eliminará o requisito de quarentena para todas as chegadas internacionais, a medida mais significativa até agora na transição da política rigorosa de Covid zero.

    A fronteira permanece praticamente fechada para estrangeiros, exceto por um número limitado de visitas de negócios ou familiares – embora o governo tenha sinalizado que isso também pode ser afrouxado.

    Para muitos cidadãos chineses no exterior, que não puderam retornar ou não quiseram suportar a longa quarentena, a notícia significou que eles finalmente poderiam voltar para casa – uma vitória agridoce após muito sacrifício.

    “Finalmente, todos podem (viver) sua vida normal”, disse uma cidadã chinesa que mora em Nova York e não volta para casa há quatro anos. Ela chamou a separação de “muito dolorosa”, dizendo que vários membros de sua família e o amado cão de estimação com quem ela cresceu morreram durante esse período.

    Sua família “perdeu (minha formatura). Eles perderam tantas coisas”, disse ela. “E também perdi tantas coisas da minha família. Todos os meus amigos, eles se casaram durante a pandemia. Até alguns deles tiveram filhos. Sinto que perdi tudo, perdi os pontos mais importantes de suas vidas.”

    May Ma, de 28 anos, não pôde voltar para casa durante quase três anos enquanto mora na Coreia do Sul. O pior dos requisitos da quarentena foi se preocupar com a saúde de seus avós e não saber se conseguiria voltar a tempo de se despedir caso algo acontecesse, disse ela.

    Durante a pandemia, “o mais assustador foi … não saber onde é o fim, não saber quando posso voltar”, disse ela. “Eu definitivamente me sinto muito feliz, finalmente posso ver o fim.”

    Aqueles dentro da China também estão comemorando e antecipando viagens ao exterior. A maioria não sai do país há vários anos e agora está inundando os sites de reservas para planejar as tão esperadas férias.

    As buscas online por voos de ida e hotéis no exterior atingiram um pico de três anos no Trip.com, um site chinês de reservas de viagens, de acordo com dados da empresa. As pesquisas por destinos populares aumentaram dez vezes meia hora após o anúncio, com muitas pessoas procurando por excursões em grupo durante o feriado do Ano Novo Lunar no final de janeiro, mostram os dados.

    Macau, Hong Kong, Japão, Tailândia, Coreia do Sul, Estados Unidos e Reino Unido estão entre os 10 principais destinos do site com o crescimento mais rápido no volume de buscas desde o anúncio.

    Mas o relaxamento das fronteiras gerou preocupação entre alguns, enquanto a China luta contra sua onda mais grave de infecções por Covid desde o início da pandemia.

    Os casos dispararam desde que a China abandonou a política de Covid zero, com ruas vazias e enfermarias lotadas. Quando a CNN visitou um crematório de Pequim na semana passada, os carros faziam fila para entrar, cheios de familiares enlutados que esperavam mais de um dia para cremar entes queridos que morreram de Covid.

    Na sexta-feira passada, a Bloomberg News e o Financial Times informaram que quase 250 milhões de pessoas na China podem ter contraído Covid nos primeiros 20 dias de dezembro, um número apresentado durante uma reunião interna da Comissão Nacional de Saúde da China, segundo ambos os veículos. Eles citaram fontes familiarizadas com o assunto ou envolvidas nas discussões.

    Se correta, a estimativa – que a CNN não pôde confirmar de forma independente – representaria cerca de 18% dos 1,4 bilhão de habitantes da China e representaria o maior surto de Covid-19 até hoje em todo o mundo.

    “Sinto que agora está uma bagunça total”, disse a chinesa em Nova York. “Todo mundo está doente. Então, pelo menos eu acho que agora, não é o melhor momento para visitar minha família. Talvez dois ou três meses depois.”

    Alguns destinos no exterior também estão em guarda. Autoridades da região da Lombardia, no norte da Itália, pediram ao aeroporto Malpensa de Milão – um dos maiores aeroportos internacionais do país – para realizar testes de PCR para todas as chegadas da China até o final de janeiro.

    A Índia, que faz fronteira com a China, ordenou que viajantes da China e de vários outros países apresentem prova de teste negativo de Covid na chegada. E o Japão anunciou na sexta-feira que os viajantes da China continental, ou que estiveram na China há uma semana, seriam testados para Covid na entrada. Tanto na Índia quanto no Japão, aqueles que tiverem resultados positivos na chegada serão obrigados a ficar em quarentena.

    Mas para muitos cidadãos chineses, ansiosos por viagens e reencontros, a emoção avassaladora continua sendo o alívio.

    “Não importa se posso voltar a tempo para o Festival da Primavera”, disse Ma na Coreia do Sul, referindo-se ao Ano Novo Lunar. “Afinal, há esperança, aguento esperar mais um pouco.”

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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