Familiares lamentam mortes após implosão do submarino Titan
Acidente levantou questões sobre as regras de segurança para aventuras nas profundezas do oceano; Guarda Costeira dos EUA afirmou que destroços eram consistentes com "uma implosão catastrófica"
Familiares e amigos lamentaram nesta sexta-feira (23) as mortes de cinco pessoas depois que um submarino implodiu no Oceano Atlântico Norte, durante um mergulho até os destroços do Titanic.
O acidente levantou questões sobre as regras de segurança para tais aventuras nas profundezas do oceano.
Os destroços do submersível Titan, que estava desaparecido desde domingo (18), foram detectados na quinta-feira (22) por um veículo robótico de mergulho lançado de um navio canadense, como parte de uma iniciativa internacional de resgate.
Os restos do submersível, que perdeu contato com um navio na superfície cerca de 1 hora e 45 minutos depois da descida, que deveria durar 2 horas, foram descobertos no fundo do mar, a cerca de 488 metros da proa dos destroços do Titanic, 4 km abaixo da superfície, disse o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger.
Ele disse a repórteres na quinta-feira que os destroços eram consistentes com “uma implosão catastrófica do veículo”.
Os cinco que morreram incluíam Stockton Rush, fundador e diretor executivo da OceanGate Expeditions, que operava o submersível e cobrava US$ 250 mil por pessoa para fazer a viagem do Titanic. O norte-americano estava pilotando a embarcação.
Os outros eram o bilionário e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos; o empresário paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e seu filho Suleman, de 19 anos; e o oceanógrafo francês Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos.
Guillermo Söhnlein, co-fundador da OceanGate com Rush em 2009, disse que Rush estava “profundamente ciente” dos perigos de explorar as profundezas do oceano.
“Stockton foi um dos gerentes de risco mais astutos que já conheci”, disse Söhnlein, que deixou a empresa em 2013, mantendo uma participação minoritária. “Ele era muito avesso ao risco.”
O explorador britânico do Titanic, Dik Barton, prestou homenagem ao trabalho de seu amigo Nargeolet, mas observou questões levantadas com o design e a manutenção da embarcação. “Todo mundo fica sabendo depois do evento, mas, como ouvimos antes, infelizmente houve muitas bandeiras vermelhas aqui”, disse ele.
Jovem morto em implosão estava “apavorado”
O jovem paquistanês Suleman Dawood, de 19 anos, que faleceu na implosão do submersível, demonstrou apreensão sobre a aventura antes de embarcar.
As informações foram reveladas pela irmã mais velha do empresário britânico, Azmeh Dawood, à NBC. Azmeh afirmou que ele “não estava muito disposto” e se sentiu “apavorado” com a expedição.
No entanto, segundo a tia do jovem, ele decidiu ir devido à coincidência da data da jornada com o Dia dos Pais, como uma maneira de agradar o pai, que se entusiasmava com assuntos sobre o naufrágio do Titanic.
A Universidade de Strathclyde, em Glasgow, onde Suleman estudava, disse estar “profundamente triste” com a morte do aluno.
“Os funcionários e alunos de Strathclyde ficaram chocados e profundamente tristes com a morte de Suleman Dawood e seu pai neste trágico incidente”, disse um porta-voz da universidade nesta sexta-feira (23).
Rishi Sunak manifesta pesar pelas mortes
Um porta-voz do primeiro-ministro do Reuno Unido, Rishi Sunak, afirmou que os pensamentos de Sunak estão com os entes queridos daqueles que morreram no submersível Titan.
“Seus pensamentos estão com os entes queridos daqueles que morreram neste trágico incidente e eles passaram por uma provação inimaginavelmente difícil nos últimos dias”, disse o porta-voz, acrescentando que o Ministério das Relações Exteriores está “em contato com aqueles família para dar apoio”.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, expressou na quinta-feira (22) suas condolências e disse que o governo do Reino Unido está apoiando de perto as famílias dos cidadãos britânicos que morreram a bordo do submersível Titan.