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    Família de chefe da sucursal da Al Jazeera em Gaza é morta após ataque aéreo israelense, diz jornal

    Wael Al Dahdouh perdeu sua esposa, dois filhos e neto no que disse ter sido um bombardeio na quarta-feira (25) em um campo de refugiados

    Kevin FlowerTara JohnKareem El Damanhouryda CNN

    A Al Jazeera informou que seu chefe de sucursal em Gaza, Wael Al Dahdouh, perdeu sua esposa, filho, filha e neto no que disse ter sido um ataque aéreo israelense na quarta-feira (25).

    A explosão atingiu uma casa no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, onde a família se abrigava depois de ter sido deslocada, segundo o canal de notícias

    “Membros da família do nosso colega Wael Al Dahdouh, incluindo a sua esposa, filho e filha, foram martirizados num bombardeamento israelense”, escreveu a Al Jazeera numa mensagem no ar.

    A Al-Jazeera informou que o neto de Al-Dahdouh, Adam, foi declarado morto duas horas depois.

    A CNN não pode confirmar de forma independente a origem da explosão na casa e a Al Jazeera não forneceu provas que a liguem diretamente a um ataque israelense.

    As Forças de Defesa de Israel (FDI) ainda não respondeu aos pedidos de comentários da CNN.

    Veja também: Repórter da CNN Brasil mostra destruição na fronteira com Gaza

    Al Dahdouh foi visto em um vídeo chorando enquanto estava sobre o corpo de seu filho, enrolado em um lençol branco. O jornalista também foi visto carregando o pequeno corpo de seu neto pelo Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Gaza.

    Seu filho Mahmoud tinha 15 anos e sua filha Sham tinha 7, informou a Al Jazeera.

    O âncora da Al Jazeera, Abdisalam Farah, anunciou as mortes no ar, visivelmente lutando para manter a compostura e chorando.

    A família Al Dahdouh foi deslocada de Tal El Hawa para o campo de refugiados de Nuseirat, que consideraram que seria um lugar seguro para ficarem, disse o escritório da Al Jazeera em Ramallah à CNN.

    A liderança de Israel prometeu acabar com o Hamas, o grupo radical islâmico que controla Gaza, em resposta aos seus ataques terroristas mortais e à onda de sequestros de 7 de outubro, nos quais 1.400 pessoas, a maioria civis, foram mortas e mais de 200 feitas reféns.

    O cerco de semanas a Gaza resultou numa crise humanitária dentro da faixa, agora isolada do mundo por um bloqueio quase total, dizem grupos de ajuda humanitária. Os ataques aéreos israelenses dizimaram bairros inteiros, destruindo casas, escolas e mesquitas.

    Imagens de drones da CNN de segunda-feira mostraram o nível de destruição em partes da faixa, com ruas inteiras arrasadas no bairro de al-Rimal, na cidade de Gaza, e uma fileira de edifícios destruídos conhecidos como torres al-Zahra, no centro.

    Mais de 6.400 pessoas foram mortas e outras 17.000 ficaram feridas no bombardeio aéreo contínuo de Israel ao lotado enclave, de acordo com os últimos números das autoridades de saúde controladas pelo Hamas em Gaza, publicados pelo Ministério da Saúde palestino em Ramallah.

    “Notícias horríveis”

    Grupos de defesa condenaram a morte de familiares de Al Dahdouh na quarta-feira. O International Press Institute (IPI) classificou-as como “notícias horríveis e ultrajantes”, num comunicado.

    “Condenamos o assassinato de civis e oferecemos as nossas mais profundas condolências a Wael Dahdouh.”

    De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 24 jornalistas morreram desde o início deste conflito até quarta-feira. Vinte dos mortos são palestinos, três são israelenses e um é jornalista libanês, disse o CPJ.

    O número inclui o jornalista palestino Roshdi Sarraj, segundo a agência de notícias palestina WAFA, que disse que ele foi morto em um ataque aéreo israelense.

    Sarraj trabalhava na emissora de rádio pública nacional francesa Radio France com seus correspondentes desde maio de 2021, segundo a Radio France.

    Quando a CNN contatou as FDI para comentar a morte de Sarraj, disse na segunda-feira que “em total contraste com os ataques intencionais do Hamas a homens, mulheres e crianças israelenses, as FDI seguem o direito internacional e tomam precauções viáveis ​​para mitigar os danos civis.”

    (Mihir Melwani, da CNN, Pierre Meilha e Sophie Jeong contribuíram para este texto)

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