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    Falta de vedação em submarino pode explicar acidente, diz professor

    Guarda Costeira dos Estados Unidos afirmou que os destroços encontrados do Titan indicam que houve uma perda catastrófica da pressão da cabine

    Douglas Portoda CNN* , em São Paulo

    O professor de Engenharia Naval da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Silvio Melo explicou, nesta quinta-feira (22), em entrevista à CNN, que a falta de vedação na cabine do submersível Titan pode explicar o acidente.

    A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a morte das cinco pessoas que estavam na embarcação, desaparecida desde segunda-feira (19). Os destroços encontrados indicam que houve uma perda catastrófica da pressão da cabine do submersível.

    “A tampa que fecha a cabine é parafusada por vários parafusos, cerca de 18. Se um deles foi mal parafusado, durante a descida, pode causar um vazamento. E quando esse vazamento ocorre, a água começa a penetrar dentro da embarcação, há essa troca de pressão muito grande, e ocorre a implosão. Poderia ser algum tipo de problema da vedação da porta que isola a cabine do meio externo”, disse Silvio Melo.

    Segundo o professor, “o submarino é como se fosse uma garrafa de pressão”. “Dentro dele tem a pressão normal atmosférica e a estrutura do casco é o que suporta a pressão externa, que é altíssima nessa profundidade.”

    As equipes de busca se depararam com “cinco grandes pedaços diferentes de destroços” identificados como parte do submersível Titan. O contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, afirmou que a primeira parte encontrada pertencia ao casco de fora da cabine de pressão.

    Logo após, no entanto, foi encontrado outro detrito identificado como parte do casco de pressão do submarino. “Essa foi a primeira indicação de que houve um evento catastrófico”, disse Mauger.

    As equipes encontraram, então, um segundo campo de detritos menor dentro do primeiro, onde outra extremidade do casco de pressão estava localizada.

    De acordo com Silvio Melo, “toda pressão que está sendo exercida sobre o submarino é suportada pelo casco. E se esse casco por acaso romper de alguma forma ocorre a implosão. É uma pressão de fora para dentro que esmaga quase que instantaneamente a estrutura e provoca o colapso total da embarcação”.

    *Produzido por Manoela Carlucci, sob supervisão de Jorge Fernando Rodrigues

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