Exército sudanês convoca combatentes do RSF a abandonar liderança de Dagalo
Governo quer que integrantes desertem e integrem tropas federais; Força paramilitar promoveu diversos ataques desde o último sábado, matando quase 100 pessoas e abrindo o risco de uma guerra civil no país;
O exército do Sudão pediu aos combatentes das Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares opostas que desertassem e se juntassem às forças armadas em sua luta violenta pelo poder.
“Convocamos todos os nossos compatriotas das Forças de Apoio Rápido, que prestaram ao seu país grandes e inegáveis serviços anteriores, para se juntarem às orgulhosas forças armadas para servir o seu país entre as suas fileiras”, disse um comunicado dos militares.
As forças armadas sudanesas disseram que as tropas do RSF estão servindo aos “objetivos e agenda de uma pessoa”, em referência ao líder paramilitar Mohamed Hamdan Dagalo. “Garantimos ao nosso honrado povo que a liderança das Forças Armadas permanecerá comprometida com seu pacto… e não recuará na implementação do caminho político”, acrescentou o comunicado.
As tensões entre o líder militar do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan, e o comandante da RSF, Dagalo, aumentaram recentemente, durante as negociações sobre o futuro governo civil no país.
Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores do Sudão afirmou que o chefe do exército do país, general Abdel Fattah al-Burhan, ordenou a dissolução da RSF e a classificou como um grupo rebelde. A ordem segue uma luta de poder que matou pelo menos 97 civis desde o último sábado (15), quando os combates entre os rivais eclodiram em todo o país.
Na prática, os combates são resultado de uma queda de braço entre o líder do RSF, Mohamed Hamdan Dagalo, também conhecido como Hemedti, e al-Burhan, pelo controle das forças militares após o país concluir sua transição para um governo civil democrático.