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    Exclusivo CNN: advogados de Trump não encontram documento confidencial que ex-presidente citou em áudio

    CNN revelou anteriormente que o empresário reconheceu, em reunião de 2021, ter mantido um documento confidencial do Pentágono sobre um possível ataque ao Irã

    Kaitlan CollinsPaula ReidKatelyn Polantzda CNN

    Advogados de Donald Trump entregaram materiais às autoridades em meados de março após uma intimação federal relacionada a um documento militar confidencial dos Estados Unidos descrito pelo ex-presidente em gravação de 2021. Entretanto, eles não conseguiram encontrar o documento em si, disseram duas fontes à CNN.

    Os promotores emitiram a intimação pouco depois de perguntarem a uma assessora de Trump perante um grande júri federal sobre a gravação de áudio de uma reunião de julho de 2021 no campo de golfe do empresário em Bedminster, Nova Jersey.

    Na gravação, Trump reconhece que manteve um documento classificado (confidencial) do Pentágono sobre um possível ataque ao Irã.

    Os promotores buscaram “todos e quaisquer” documentos e materiais relacionados a Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto de Trump, e ao Irã, incluindo mapas ou planos de invasão, dizem as fontes. Uma intimação semelhante foi enviada a pelo menos mais um participante da reunião, disse outra fonte à CNN.

    As fontes pontuaram à reportagem que os promotores deixaram claro para os advogados de Donald Trump que queriam especificamente o documento sobre o Irã que ele falou na gravação, assim como qualquer material que faça referência a informações classificadas que ainda podem ser posse de Trump.

    Isso incluiria notas de reuniões, gravações de áudio ou cópias do documento.

    O fato de a equipe do ex-presidente não ter conseguido o documento ressalta os desafios que o governo enfrentou na tentativa de recuperar o material confidencial que Trump levou quando deixou a Casa Branca e na compreensão do movimento de registros do governo que ele manteve.

    Ao longo da investigação do Departamento de Justiça, os promotores expressaram ceticismo quanto à devolução de todos os documentos confidenciais. O governo federal recuperou dezenas de documentos com marcas classificadas ao longo de 2022.

    O escritório do procurador especial reclamou no final do ano passado a um juiz federal que eles não podiam ter certeza de que Trump havia entregado todos os documentos com marcas classificadas em sua posse, mesmo após a busca do FBI em Mar-a-Lago em agosto passado, informou a CNN anteriormente.

    A disputa resultou em vários processos judiciais em que os promotores tentaram deter Trump por desacato, mas o juiz recusou na época, e a equipe do ex-presidente contratou duas pessoas para revistar suas propriedades.

    O Departamento de Justiça se recusou a comentar.

    Não está claro se o governo já possui uma cópia do documento do Irã das caixas que a equipe jurídica de Trump devolveu aos Arquivos Nacionais no ano passado ou recuperou na busca subsequente do FBI.

    Os advogados do empresário disseram que ele e sua equipe não revisaram com antecedência os materiais nas caixas que o ex-presidente devolveu aos arquivos e não foram informados de quais documentos foram recuperados de Mar-a-Lago.

    Os advogados de Trump não teriam acesso total aos documentos confidenciais apreendidos na busca do FBI e só puderam ver recentemente as caixas que ele devolveu aos Arquivos em janeiro de 2022 com marcadores nos documentos confidenciais.

    O documento que Trump faz referência em gravação foi criado antes de Milley ser nomeado presidente do Estado-Maior Conjunto, foi informado à CNN, e Milley foi posteriormente entrevistado por investigadores.

    As fontes não conseguiram especificar se o ex-presidente tinha o documento em questão com ele ao discuti-lo na reunião de 2021 ou se estava simplesmente fazendo referência a ele.

    A gravação, relatada pela primeira vez pela CNN, está agora nas mãos do conselheiro especial Jack Smith, que lidera a investigação do Departamento de Justiça sobre Trump.

    Smith concentrou-se nos últimos meses na reunião como parte da investigação criminal sobre a manipulação de segredos de segurança nacional pelo ex-presidente.

    O áudio de Trump reconhecendo que ele tinha um documento confidencial enfraquece as repetidas alegações do republicano de que ele desclassificou (retirou a confidencialidade) tudo o que tirou da Casa Branca quando deixou o cargo.

    Na quinta-feira, ele disse que não sabia nada sobre a reunião do verão de 2021 e novamente chamou a investigação do Departamento de Justiça de “caça às bruxas” e uma tentativa de interferir nas eleições presidenciais de 2024.

    “Não sei nada sobre isso. Tenho o direito de desclassificar como presidente”, afirmou durante uma entrevista à Fox News.

    Assessores de Donald Trump e duas pessoas que trabalham na autobiografia do ex-chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, participaram da reunião de Bedminster.

    Essa autobiografia inclui um relato do que parece ser a mesma reunião, onde o ex-presidente relembra um relatório “datilografado” por Milley contendo um plano para atacar o Irã.

    As intimações foram emitidas imediatamente depois que a assessora de Trump, Margo Martin, que estava na reunião, compareceu perante o grande júri na investigação de Smith e foi questionada sobre isso. Foi também quando a equipe jurídica do empresário descobriu que os promotores tinham a gravação.

    O Departamento de Justiça teve acesso a uma versão da gravação antes do comparecimento de Martin ao grande júri em março, segundo uma fonte. O advogado de Martin se recusou a comentar o caso.

    Depois de receber a intimação, a equipe jurídica de Trump conversou com assessores e coletou materiais, incluindo transcrições de gravações feitas por assessores do político e quaisquer outros documentos que mencionassem Milley ou o Irã, dizem as fontes.

    A equipe jurídica não conseguiu localizar o documento que Trump menciona na gravação, pontuam as fontes, e ainda não está claro se ele foi devolvido ao governo ou onde está agora.

    O advogado do ex-presidente, Jim Trusty, se recusou a dizer à CNN esta semana se o documento foi devolvido aos Arquivos Nacionais.

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