Ex-presidenciável peronista, Scioli deve continuar como embaixador no Brasil em governo de Milei
Daniel Scioli apoiou Sergio Massa após desistir de candidatura nas últimas eleições presidenciais
O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, deverá continuar no cargo durante o governo do presidente eleito Javier Milei.
Nome forte do peronismo na província de Buenos Aires, onde foi governador duas vezes, Scioli chegou a se colocar como pré-candidato nas últimas eleições presidenciais. Ele acabou desistindo para apoiar Sergio Massa.
De acordo com fontes argentinas, Scioli é visto por Milei e seu entorno como uma pessoa capaz de construir um relacionamento melhor com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nos últimos dias, o embaixador foi citado até como possível secretário de Turismo e Esporte da gestão Milei — o cargo deixará de ter status ministerial, como ocorre hoje.
A sondagem para a permanência de Scioli no Brasil, segundo relatos feitos à CNN, foi feita por Guillermo Francos, futuro ministro do Interior, de quem o embaixador é amigo.
Neste domingo (26), Scioli levou a chanceler designada por Milei, Diana Mondino, para uma “visita surpresa” — não divulgada previamente — ao Palácio do Itamaraty. Ela se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e convidou formalmente Lula para a posse no dia 10 de dezembro.
Scioli, um cacique político que foi vice-presidente de Néstor Kirchner (2003-2007) e candidato presidencial derrotado no segundo turno contra Mauricio Macri (2015), tornou-se uma espécie de especialista em contenção de danos na relação Brasil-Argentina.
Ele foi indicado embaixador pelo presidente Alberto Fernández, em 2020, na tentativa de construir pontes com o governo Jair Bolsonaro. O próprio Bolsonaro apoiou publicamente a reeleição Macri, contra Fernández, e disse várias vezes que a Argentina viveria um caos social com a vitória do peronista.