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    Ex-líder do Paquistão é absolvido em caso de segredos de Estado, mas segue preso

    Imran Khan foi condenado a dez anos de prisão sob a acusação de tornar público um telegrama confidencial, enviado a Islamabad, pelo embaixador do Paquistão em Washington

    Asif ShahzadAriba Shahidda Reuters

    Um tribunal superior do Paquistão anulou a condenação do ex-primeiro-ministro Imran Khan, acusado de vazar segredos de Estado, disseram seu advogado e seu partido nesta segunda-feira (3), mas por enquanto ele seguirá na prisão devido a uma sentença em outro caso.

    Khan, de 71 anos, foi condenado a dez anos de prisão por um tribunal de primeira instância sob a acusação de tornar público um telegrama confidencial, enviado a Islamabad, pelo embaixador do Paquistão em Washington, em 2022. Ele está preso desde agosto do ano passado.

    Shah Mehmood Qureshi, ministro das Relações Exteriores de Khan durante o mandato de 2018-2022, também foi absolvido das acusações, o que representa uma grande vitória para o líder preso.

    “Graças a Deus, a sentença foi anulada”, disse um porta-voz para assuntos jurídicos do partido paquistanês Tehreek-e-Insaf de Khan, Naeem Panjutha, em um post na plataforma de mídia social X.

    Khan disse que o telegrama confidencial era prova de uma conspiração dos militares do Paquistão e dos EUA para derrubar seu governo em 2022, depois que ele visitou Moscou pouco antes da invasão da Ucrânia pela Rússia. Os militares de Washington e do Paquistão negam essa acusação.

    O caso dos segredos de Estado foi um dos quatro em que Khan foi condenado pouco antes das eleições nacionais no Paquistão, em fevereiro. Em outros dois casos, as sentenças foram suspensas enquanto ele recorre.

    Mas apesar da absolvição de segunda-feira, Khan permanecerá na prisão cumprindo pena de sete anos por outro caso, relacionado ao seu casamento com sua terceira esposa, Bushra Khan, que teria violado as tradições islâmicas.

    “Celebraremos esta vitória”, disse outro de seus advogados, Ali Zafar, em entrevista à TV, acrescentando que os outros casos enfrentados por Khan também resultariam em absolvições.

    Na semana passada, um tribunal paquistanês adiou a decisão sobre um recurso de Khan — uma antiga estrela do críquete no país — e de sua esposa contra a condenação no caso do casamento.

    “É uma enorme vitória política e jurídica”, disse o jornalista e analista político Mazhar Abbas à Reuters, mas advertiu que seria prematuro dizer que Khan seria libertado tão cedo.

    Khan também é citado em vários outros casos, incluindo acusações de incitação à violência contra o Estado.

    Ele tem permanecido em desacordo com os poderosos militares do país, acusando-os de terem como alvo ele e seu partido. Os militares negam e defendem que Khan e seus apoiadores sejam julgados por atacar instalações estatais durante protestos violentos contra a prisão inicial do ex-primeiro-ministro, no ano passado.

    Khan e seu partido, o Paquistão Tehreek-e-Insaf, foram proibidos de disputar as eleições de fevereiro, mas os candidatos apoiados pelo líder preso ainda assim conquistaram o maior número de assentos. Eles não tinham números para formar um governo, que foi liderado por uma aliança de seus rivais encabeçada pelo primeiro-ministro Shehbaz Sharif.

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