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    Europa vê guerra iminente e ameaça Rússia com sanções “maciças” em caso de ataque

    "Se ocorrerem ataques, estaremos preparados", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

    Simon Lewisda Reuters

    A União Europeia ameaçou sanções econômicas “maciças” à Rússia se Moscou atacar a Ucrânia, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, reuniu aliados nesta quinta-feira (20) antes das negociações de última hora com a Rússia para evitar a guerra.

    Os países ocidentais estão tentando apresentar uma frente diplomática unida antes que Blinken se encontre com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em Genebra, na sexta-feira (21).

    O encontro é visto como uma das últimas chances de impedir a Rússia de lançar um ataque.

    Blinken visitou Kiev na quarta-feira (19) e se reuniu com ministros alemães, franceses e britânicos nesta quinta, em Berlim. Na quarta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, deu sua indicação mais clara até agora de que acredita que um ataque russo é provável.

    “Meu palpite é que ele vai agir”, disse Biden sobre o presidente russo, Vladimir Putin. “Ele tem que fazer alguma coisa.”

    Países ocidentais dizem temer que a Rússia esteja planejando um novo ataque contra a Ucrânia, quase oito anos depois que suas forças entraram na Ucrânia e tomaram a península da Crimeia.

    A Rússia reuniu dezenas de milhares de soldados perto da fronteira com a Ucrânia nos últimos meses, mas nega que planeja um ataque.

    Mas os russos dizem que poderiam realizar uma ação militar, sem especificar o tipo, caso uma lista de exigências não seja cumprida, incluindo uma promessa da Otan de nunca admitir a Ucrânia entre seus membros.

    Biden e outros líderes ocidentais ameaçaram impor severas sanções econômicas à Rússia se ela atacar a Ucrânia novamente. A Rússia, sob sanções desde 2014, ignorou amplamente a ameaça.

    “Estaremos preparados”

    A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que chefia o executivo do agrupamento europeu, disse que a região responderá a um ataque “com sanções econômicas e financeiras maciças. A comunidade transatlântica permanece firme nisso”.

    “Não aceitamos a tentativa da Rússia de dividir a Europa em esferas de influência”, disse ela. “Se ocorrerem ataques, estaremos preparados.”

    O Kremlin disse nesta quinta-feira que os alertas dos Estados Unidos sobre possíveis consequências desastrosas para a Rússia não ajudariam a reduzir as tensões sobre a Ucrânia e poderiam até desestabilizar ainda mais a região.

    Blinken prometeu em Kiev na quarta-feira que Washington buscaria a diplomacia o quanto pudesse. Em Berlim, ele fará um discurso que tentará colocar a crise na Ucrânia como um momento crítico para a ordem internacional, disse um funcionário do Departamento de Estado.

    Moscou apresentou ao Ocidente uma lista de exigências de segurança em negociações na semana passada que não tiveram nenhum avanço.

    Repetidas rodadas de sanções econômicas desde 2014 tiveram pouco impacto na política russa, com Moscou, principal fornecedor de energia da Europa, calculando que o Ocidente deixaria de tomar medidas sérias o suficiente para interferir nas exportações de gás.

    Autoridades americanas e europeias dizem que ainda existem fortes medidas financeiras que não foram tentadas contra a Rússia.

    A Alemanha sinalizou na terça-feira (18) que poderia parar Nord Stream 2, um novo gasoduto da Rússia que contorna a Ucrânia, se Moscou invadir.

    A Rússia transferiu tropas para Belarus para o que chama de exercícios militares conjuntos, e também tem forças baseadas em uma região separatista da Moldávia, o que dá ao país de Putin opções para atacar a Ucrânia por quatro lados.

    Oito anos atrás, a Rússia invadiu a Crimeia e apoiou as forças separatistas, que assumiram o controle de grande parte do leste da Ucrânia.

    A Rússia nega planejar uma nova invasão, mas diz que se sente ameaçada pelos crescentes laços de Kiev com o Ocidente. O país euroasiático quer impedir que a Ucrânia se junte à Otan e que a aliança retire tropas e armas da Europa Oriental.

    Com a contribuição de Simon Lewis, Benoit Van Overstraeten, Marine Strauss, Dmitry Antonov, Peter Graff e Timothy Heritage, da Reuters