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    Europa cobrará taxa de 7 euros para turistas a partir de 2024; veja o que você precisa saber antes de viajar

    Viajantes terão de solicitar autorização para entrar na União Europeia antes da viagem através de um processo online simples

    Julia Buckleyda CNN

    A hora está chegando: a partir de 2024, não será mais gratuito viajar para a Europa. O programa de isenção de visto do Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem (ETIAS, na sigla em inglês) permitirá a entrada nos países da União Europeia (UE) a partir de 7 euros (R$ 36,84).

    Como o próprio nome indica, não se trata de um visto, mas sim de um sistema para que pessoas de países que não necessitam de visto para entrar na Europa façam o pré-registro das suas visitas. Aqueles que atualmente precisam de visto para entrar continuarão precisando de um.

    O ETIAS irá somar-se à miríade de taxas de alojamento e “turísticas” já cobradas em toda a Europa.

    Quando o ETIAS entrará em vigor?

    Inicialmente previsto para maio de 2023, o ETIAS foi adiado diversas vezes, mas agora parece estar no caminho certo para entrar em vigor em 2024.

    Quem precisa da autorização do ETIAS?

    Cidadãos de cerca de 60 países fora da União Europeia que atualmente não necessitam de visto para entrar, como Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Singapura e Emirados Árabes Unidos. Os residentes da União Europeia estão isentos, independentemente da sua nacionalidade.

    Por outro lado, aqueles que atualmente precisam de visto para entrar continuarão a precisar dele.

    Como isso funcionará?

    O ETIAS funcionará de forma semelhante ao programa ESTA nos Estados Unidos. Os viajantes terão de solicitar autorização para entrar na União Europeia antes da viagem através de um processo online simples.

    Custará 7 euros (R$ 36,84) e cobrirá entradas múltiplas por três anos ou até que o passaporte expire, o que ocorrer primeiro. É mais barato que o ESTA, que custa 19 euros (cerca de R$ 100) por dois anos.

    Segundo a União Europeia, as candidaturas serão processadas em “minutos” e a grande maioria em 96 horas.

    “Algumas pessoas poderão ser solicitadas a fornecer informação ou documentação adicional, ou a participar numa entrevista com as autoridades nacionais, o que pode demorar até mais 30 dias”, alertam. Sugere-se não reservar voos ou alojamento até ter a confirmação.

    Para mais detalhes, consulte o site oficial do ETIAS aqui, o uso de terceiros pode acarretar custos adicionais.

    Que outras taxas turísticas existem na Europa?

    A maioria das cidades da Europa cobra uma “taxa turística” aos turistas que pernoitam. Geralmente são alguns euros que são adicionados à conta no final da estadia, embora por vezes tenham de ser pagos em dinheiro. Se você estiver hospedado em um Airbnb, os anfitriões costumam retirá-lo na chegada.

    Os impostos muitas vezes servem para amortecer serviços públicos afetados pelos visitantes, como coleta de lixo e limpeza de ruas.

    Amsterdã, por exemplo, atribuiu recentemente 7 milhões de euros (cerca de R$ 37 milhões) adicionais à sua rede de transportes públicos. Além disso, geralmente são cobrados apenas durante um determinado período, até uma semana. Dessa forma, você será recompensado se ficar mais tempo.

    A exceção notável é o Reino Unido, mas a maré está mudando. Manchester se tornou a primeira cidade britânica a introduzir um imposto de £ 1 (R$ 6,15) sobre pernoites em março de 2023.

    Edimburgo parece prestes a seguir os seus passos, e o País de Gales quer introduzir uma “taxa de visitação” para pernoites.

    E se eu não passar a noite?

    Nesse caso, você provavelmente pagará uma taxa de pernoite onde quer que fique, já que a maioria dos países europeus cobra essas taxas, embora geralmente sejam mais baratas em áreas menos populares.

    Não se esqueça que o turismo representa um fardo pesado para os destinos, muitas vezes em países e áreas que são muito mais pobres do que os próprios turistas.

    E os passageiros dos cruzeiros?

    Boa pergunta. Os navios de cruzeiro são notoriamente prejudiciais ao ambiente e as cidades ficam inundadas de passageiros nos dias de porto, passageiros que gastam muito pouco dinheiro no destino porque já são bem cuidados a bordo.

    Algumas cidades reagiram cobrando taxas de chegada aos passageiros dos cruzeiros. Se o seu navio atracar em Barcelona por 12 horas ou mais, pagará 4,75 euros (cerca de R$ 25).

    Os visitantes de Amsterdã que chegam de cruzeiro pagarão 8 euros (R$ 42). Se o seu cruzeiro começar ou terminar em Amsterdã, ou se passar a noite na cidade, está isento.

    Mas não são apenas os navios de cruzeiro que cobram taxas para chegar por via marítima. A Itália tem um “contributo di sbarco” ou imposto de desembarque que os passageiros não residentes devem pagar ao chegar às ilhas, seja por ferry público ou por barco privado. As autoridades locais definem o preço.

    Existem cidades mais caras que outras?

    Sim. Quanto mais popular for um lugar, mais caro ele será. Se ficar hospedado em Barcelona, ​​por exemplo, além da taxa turística da Catalunha, terá de pagar uma “taxa urbana adicional” que se aplica às estadias na capital da região.

    Amsterdã cobra 7% da tarifa do hotel mais 3 euros (cerca de R$ 15) por pessoa, por noite.

    Em Viena, é 3,2% do preço total do quarto, excluindo café da manhã e imposto sobre vendas, e então 11% do restante é deduzido. O resultado é 2,5%.

    Em Portugal, três municípios da costa turística do Algarve cobram a taxa turística: Faro, Vila Real de Santo António e Olhão, que introduziu uma taxa (1 euro no inverno, 2 euros nas restantes épocas) em 2023.

    Quanto melhor for a acomodação, mais você paga. Em Roma, por exemplo, ficar num hotel de três estrelas custa 4 euros (cerca de R$ 20) por noite, mas um hotel de quatro estrelas custa 6 euros (cerca de R$ 30) e um hotel de cinco estrelas custa 7 euros (R$ 36,84).

    Em Veneza, a tarifa vai de 1 euro por pessoa, por noite num hotel de uma estrela, a 5 euros (cerca de R$ 30) num hotel de cinco estrelas. A taxa é paga apenas nas primeiras cinco noites, na tentativa de fazer com que as pessoas fiquem mais tempo.

    Em Paris, varia entre 0,20 euros para um hotel de uma estrela e 5 euros (cerca de R$ 25) por pessoa, por noite, para um hotel luxuoso do tipo “palais”.

    Na França, em geral, as tarifas variam de acordo com o município e o tipo de alojamento: de 0,20 euros a 4,20 fora de Paris.

    Já na Grécia é feito exclusivamente por tipo de alojamento, com tarifas que variam entre 0,50 euros e 4 euros (cerca de R$ 20) por quarto e por noite.

    E quanto à taxa de entrada em Veneza?

    O tão discutido “contributo di accesso” ou taxa de entrada em Veneza, que tem sido repetidamente adiado desde que foi proposto pela primeira vez para 2019, está agora agendado para 2024. Foram anunciadas taxas que variam entre 3 euros (cerca de R$ 15) num dia calmo e até 10 euros (cerca de R$ 50) nos horários de pico.

    Porém, esta taxa é apenas para visitantes diurnos, que se acredita representarem 90% do número de visitantes, contribuem pouco para a economia local, mas causam muitos problemas na cidade. Se você for pernoitar na cidade, pagará a diária e ficará isento da taxa de entrada.

    Só a Europa faz isso?

    Não. Para começar, muitos estados dos EUA cobram “imposto de hospedagem”; Além disso, muitos hotéis nos EUA acrescentam uma “taxa de resort”, que nem vai para a comunidade.

    Os impostos também são comuns no Caribe, onde costumam ser adicionados às tarifas dos hotéis. Os turistas que chegam à Nova Zelândia pagam uma taxa de entrada e os que saem do Japão uma taxa de embarque.

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