EUA vão impor sanções a alvos ligados a programas de armas do Irã
As sanções serão impostas a mais de 20 pessoas e entidades envolvidas em programas nucleares, de mísseis e de armas convencionais de Teerã
Relações Estados Unidos e Irã novamente estremecidas
Os Estados Unidos vão impor sanções na segunda-feira a mais de 20 pessoas e entidades envolvidas nos programas nuclear, de mísseis e de armas convencionais do Irã, disse uma autoridade norte-americana.
Falando sob condição de anonimato, a autoridade declarou que o Irã pode ter material suficiente para uma arma nuclear até o fim do ano e que Teerã retomou a cooperação de mísseis de longo alcance com a Coreia do Norte. Ele não forneceu evidências detalhadas sobre nenhuma das afirmações.
As novas sanções se encaixam no esforço do presidente norte-americano, Donald Trump, de limitar a influência regional do Irã e ocorrem uma semana após os EUA negociaram acordos com Emirados Árabes e Barein para normalizar laços com Israel, pactos que podem formar coalizão mais ampla contra o Irã, enquanto apela a eleitores pró-Israel dos EUA antes da eleição de 3 de novembro.
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As novas sanções também alertam aliados europeus, a China e a Rússia de que, embora a tendência deles seja ignorar o impulso dos EUA para manter as sanções da ONU contra o Irã, as empresas sediadas em seus países sentiriam vontade de violá-las.
Grande parte do novo impulso dos EUA é um decreto visando àqueles que compram ou vendem armas convencionais ao Irã. O governo Trump suspeita que o Irã esteja buscando armas nucleares – o que Teerã nega – e as medidas punitivas são as mais recentes em uma série que visa impedir o programa atômico do Irã, que Israel, aliado dos EUA, vê como uma ameaça existencial.
“O Irã está claramente fazendo tudo o que pode para manter uma capacidade completa para voltar ao negócio de armamento a qualquer momento, caso deseje fazê-lo”, disse a autoridade norte-americana à Reuters.
A fonte argumentou que o Irã deseja uma capacidade de armas nucleares e os meios para entregá-la, apesar do acordo de 2015 que buscou evitar isso ao restringir o programa atômico do Irã em troca de acesso ao mercado mundial.
Em maio de 2018, Trump abandonou o acordo, – sendo repudiado por Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia – e restaurou as sanções dos EUA que paralisam a economia do Irã.
O Irã, por sua vez, tem violado gradativamente os limites centrais desse negócio, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), inclusive no tamanho de seu estoque de urânio pouco enriquecido, bem como no nível de pureza ao qual foi permitido para enriquecer urânio.