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    EUA têm recordes diários de mortes, mas avanço da COVID-19 é menor que esperado

    País ultrapassou 14.000 óbitos rapidamente, mas estudos da Universidade Johns Hopkins têm revisado as projeções futuras para tendências de estabilização e queda

    Drive-thru de testes para o coronavírus operando no bairro do Queens, em Nova York, Estados Unidos
    Drive-thru de testes para o coronavírus operando no bairro do Queens, em Nova York, Estados Unidos Foto: Luiza Duarte/ CNN

    Holly Yan, Steve Almasy, Madeline Holcombe e Omar Jimenez, da CNN

    Mesmo que o número total de mortes relatadas todos os dias permaneça em seus níveis mais altos, o número de novos casos novos de coronavírus nos Estados Unidos está diminuindo, de acordo com uma grande universidade que acompanha números em todo o mundo.

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    A Universidade Johns Hopkins alterou o status de tendência para os Estados Unidos para “previsão de queda” na noite de terça-feira, devido a mudanças na média móvel de cinco dias de novos casos. Os dados podem mudar à medida que mais casos são relatados.

    Mais de 430.000 pessoas nos EUA foram infectadas e mais de 14.700 morreram. Um recorde de 1.858 mortes foi relatado em apenas um dia na terça-feira, de acordo com Johns Hopkins. Na quarta, foram mais de 1.900 mortes foram registradas. 

    O governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse a repórteres na quarta-feira que houve 779 mortes relacionadas ao coronavírus em todo o estado na terça-feira. Foi o maior número de mortes relatadas em um dia pelas autoridades de Nova York.

    Os pesquisadores dizem que o pico ainda está por vir. Os EUA atingirão o maior número diário de mortes no domingo ou por volta deste domingo, segundo modelagem do Institute for Health Metrics and Evaluation da Universidade de Washington em Seattle.

    As projeções também sugerem que os EUA atingirão seu pico de uso de recursos – como leitos hospitalares e ventiladores – no sábado ou próximo.

    Mas há algumas boas notícias: a modelagem mostra que menos pessoas morrerão de coronavírus do que o previsto anteriormente.

    Na terça-feira, o IHME estimou que cerca de 82.000 pessoas vão morrer de doença por coronavírus em agosto. Na quarta-feira, essa estimativa foi reduzida para 60.415.

    A coordenadora de resposta a coronavírus da Casa Branca, Dra. Deborah Birx, disse em entrevista coletiva que os modelos são baseados no que os americanos estão fazendo.

    “Isso é notável para aqueles que estão no campo da ciência há tanto tempo”, disse Birx. “Mostra a importância da mudança comportamental e a incrível capacidade dos americanos em se adaptarem e seguirem adiante com mudanças comportamentais “, acrescenta. 

    “É isso que está mudando a taxa de novos casos, e é isso que mudará a taxa de mortalidade daqui para frente”, disse ela.

    Possível subnotificação

    Ainda assim, as projeções menos graves são de pouco consolo para as inúmeras famílias que sofrem por entes queridos que frequentemente morrem sozinhos nos hospitais.

    E o número real de mortes pode ser maior do que sabemos.

    Algumas mortes devido à COVID-19 “podem ser classificadas erroneamente como mortes por pneumonia na ausência de resultados positivos”, afirmou o Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

    O vírus já fez vítimas de praticamente todas as classes sociais e faixas etárias, incluindo jovens e saudáveis. Mas os dados mostram que a população negra está morrendo de COVID-19 a uma taxa desproporcionalmente alta.

    Embora haja sinais de que o número de casos em Nova York e em alguns outros pontos críticos esteja se estabilizando, as autoridades estão preocupadas com outras cidades.

    Em uma teleconferência com os democratas da Câmara, Birx disse que as áreas da Filadélfia e do Distrito de Columbia devem ser os novos pontos sensíveis. A área de Houston, uma das regiões mais populosas do país, também é vista com preocupação.

    Surto em prisão

    Mais de 400 pessoas ligadas a um centro de detenção em Chicago deram positivo para a COVID-19, disseram autoridades, tornando a Cadeia do Condado de Cook a maior fonte conhecida de infecções por coronavírus nos Estados Unidos fora das unidades de saúde.

    Segundo autoridades do condado, 251 detidos e 150 funcionários deram positivo. Dos presos que adoeceram com o surto, 22 foram hospitalizados para tratamento e 31 outros foram transferidos para uma instalação de recuperação.

    Um detento morreu de complicações aparentes da COVID-19, mas os resultados de uma autópsia ainda não chegaram. A prisão criou uma área de quarentena para manter os detidos infectados por outros na prisão.

    O complexo penitenciário abriga cerca de 4.700 detidos. Autoridades da prisão disseram anteriormente que planejavam libertar acusados não violentos de julgamento para diminuir o risco de aglomerações.

    Milhões subitamente desempregados

    Mais de 6,6 milhões de trabalhadores americanos solicitaram sua primeira semana de benefícios de desemprego, pois o coronavírus prejudica a economia.

    Em Nova York, o estado com mais casos e mortes, as autoridades estimam uma perda de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões em receita. Cuomo anunciou que aqueles que entraram com pedidos de desemprego receberão US$ 600 adicionais por semana para tentar sobreviver.

    O Tennessee viu um “pico recorde” nas reivindicações de desemprego de mais de 250.000 nas últimas três semanas, disse o governador Bill Lee. A Louisiana teve 277.000 inscrições entre 1º de março e 4 de abril, de acordo com o governador John Bel Edwards.

    Em Oklahoma, cerca de 135.000 moradores entraram com pedido de desemprego, disse a Comissão de Segurança do Emprego.

    Na Virgínia Ocidental, o governador Jim Justice disse que US$ 600 adicionais seriam distribuídos para aqueles que perderam o emprego.

    O governador da Carolina do Sul, Henry McMaster, assinou uma ordem executiva que permite a funcionários receber pagamentos de apoio COVID-19 de seus empregadores antes de se qualificarem para benefícios de desemprego.

    Plasma sanguíneo e vacinas

    As vacinas geralmente levam anos antes de serem disponibilizadas ao público, mas as autoridades estão correndo para desenvolver uma para o COVID-19 o mais rápido possível.

    Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, disse que pode ser possível lançar uma vacina contra o coronavírus em 12 a 18 meses, mas alguns especialistas consideram a linha do tempo é arriscada.

    Um teste de vacina administrou a primeira dose no mês passado. A empresa de biotecnologia Inovio iniciou um ensaio clínico de Fase 1 esta semana e estima que será concluído no final deste verão no Hemisfério Norte (verão no Hemisfério Sul), disse um porta-voz.

    “Prevemos a inscrição rápida neste estudo inicial”, declarou o Dr. Pablo Tebas, especialista em doenças infecciosas do Hospital da Universidade da Pensilvânia e principal pesquisador do estudo.

    “Tem havido um enorme interesse nessa vacina para proteger o grande público dessa pandemia o mais rápido possível”.

    Uma fonte ligada aos democratas na Câmara afirmou que há compromisso para que eventuais vacinas sejam disponibilizadas a todos, inclusive aqueles que não podem pagar.

    Enquanto isso, a Food and Drug Administration dos EUA acelerou o uso de tratamento com plasma sanguíneo para pacientes gravemente doentes no mês passado.

    Nesta semana, Jason Garcia – um homem que se recuperou do coronavírus – foi informado que sua doação de plasma foi distribuída para que os anticorpos que ele desenvolveu possam ajudar outro paciente a fazer o mesmo.

    Garcia ficou feliz em relatar que um paciente apresentou melhoras após o tratamento.