EUA registram maior média móvel de casos de Covid-19 desde início da pandemia
País tem registrado quase 300 mil novas infecções por dia e enfrenta aumento nas internações de crianças
Nesta terça-feira (28), os Estados Unidos atingiram uma média móvel de 254.496 novos casos de Covid-19 nos últimos sete dias, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins – ultrapassando o recorde anterior de cerca de 251.989, registrado em 11 de janeiro.
O índice surge em meio a uma rápida aceleração das infecções que os EUA – e o resto do mundo – têm visto desde o mês passado.
E os especialistas prevêem que a variante Omicron – a cepa mais contagiosa do coronavírus até o momento – tornará o início de 2022 muito difícil.
“Janeiro vai ser um mês muito, muito difícil. E as pessoas devem se preparar para um mês onde muitas pessoas serão infectadas”, disse o Dr. Ashish Jha, reitor da Escola de Saúde Pública da Universidade Brown.
O analista médico da CNN, Dr. Jonathan Reiner, disse no domingo (26) que acredita que os EUA poderiam “ver meio milhão de casos por dia – fácil – em algum momento da próxima semana a 10 dias”.
A maioria das pessoas vacinadas, com duas ou três doses, não desenvolverá sintomas graves, mas isso não acontecerá com as não vacinadas, disse Jha.
“Muitas pessoas que não tomaram a vacina vão ficar muito doentes, e isso vai ser perturbador”, disse Jha. “Minha esperança é que cheguemos a fevereiro e março, e os números de infecções comecem a cair, o tempo vai começar a melhorar”.
Apesar dos pedidos de especialistas para que os americanos se imunizem, a taxa de doses de reforço administradas caiu nas últimas semanas, e somente 32,7% da população totalmente vacinada do país recebeu a dose extra.
“Recomendo que as pessoas continuem a usar máscara sempre que estiverem em um lugar com muitas pessoas, por um longo período de tempo”, disse Jha.
Na véspera do Ano Novo nesta sexta-feira (31), pequenas reuniões de pessoas totalmente vacinadas são seguras, disse o Dr. Anthony Fauci. Mas as pessoas devem evitar grandes festas onde não sabem o estado de vacinação de todos os convidados, disse ele.
“Quando você está falando de uma festa de Réveillon onde você tem 30, 40, 50 pessoas comemorando, você não sabe o estado da vacinação, eu recomendo fortemente: fique longe disso este ano”, disse Fauci, principal especialista epidemiológico do país.
Internações pediátricas aproximando-se do recorde anterior
As festas de fim de ano, como as do Natal e do Ano Novo, deixam alguns profissionais de saúde preocupados com o impacto nas crianças nas próximas semanas – especialmente aquelas que são muito novas para serem vacinadas.
“Acabamos de ter todas essas crianças se misturando com todo mundo durante o Natal”, disse a Dra. Claudia Hoyen, diretora de controle de infecção pediátrica do Hospital Infantil e Bebês UH Rainbow, em Ohio.
“Temos mais um feriado para terminar com o Ano Novo, e então estaremos mandando todo mundo de volta para a escola. Todo mundo está meio que no limite, imaginando o que vamos ver”.
Em todo o país, as internações pediátricas por Covid-19 estão se aproximando do recorde estabelecido em setembro.
Em média, cerca de 305 crianças foram internadas no hospital com Covid-19 diariamente na semana passada, de acordo com dados dos Centro de Controle e Prevenção de Doenças e do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
Isso representa um salto de mais de 48% em relação à média da semana anterior e apenas 10,7% menor do que o pico de 342 crianças internadas, registrado no fim de agosto e início de setembro.
Na cidade de Nova York, onde os casos estão aumentando e a taxa média de positividade continua com tendência de aumento, as hospitalizações pediátricas aumentaram cinco vezes em um período de três semanas.
Em Chicago, as hospitalizações em um hospital infantil quadruplicaram. No Children’s National Hospital em Washington, DC, quase metade dos testes de Covid-19 estão dando positivo.