Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    EUA: Justiça investiga suspeitas de suborno em troca de perdões presidenciais

    Registros incompletos mostram promotores em busca de possíveis provas de esquema envolvendo advogados

    Katelyn Polantz, da CNN



     

    O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando um potencial crime de envio de dinheiro para a Casa Branca ou um comitê político relacionado em troca de um perdão presidencial, de acordo com registros judiciais revelados em corte federal nesta terça-feira (1º).

    O caso é a última reviravolta legal nos dias finais do governo do presidente Donald Trump, depois de vários de seus principais auxiliares serem condenados por crimes federais e a possibilidade crescente de Trump perdoar aqueles que foram leais a ele.

    O documento contém cerca de 20 páginas parcialmente apagadas, tornadas públicas pela corte distrital do Distrito de Columbia. Os registram mostram a revisão que a juíza-chefe Beryl Howell fez, em agosto, de um pedido feito por promotores para acessar documentos obtidos em investigação sobre troca de suborno por perdões.

    Os registros não revelam um cronograma do suposto esquema, ou nomes daqueles que estariam potencialmente envolvidos, apenas que as comunicações citando ao menos um advogado foram apreendidas em um escritório.

    Assista e leia também:

    Scott Atlas, consultor de Trump sobre a Covid-19, pede demissão
    Trump: ‘Não deixem que Biden leve o crédito pelas vacinas, porque isso fui eu’

    Ninguém parece ter sido publicamente acusado de crimes relacionados a essa investigação até o momento.

    A Casa Branca se recusou a comentar o processo. A CNN relatou anteriormente que aliados do presidente estão fazendo apelos a ele na esperança de obter perdões antes de que ele deixe o cargo.

    Não há indicação de que algum desses associados esteja sendo investigado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em relação ao processo de terça-feira.

    De acordo com os autos do tribunal, a equipe de filtragem, que existe para garantir que os promotores não tenham acesso a provas intencionalmente filtradas deles por serem protegidas, tinha mais de 50 dispositivos digitais, incluindo iPhones, iPads, laptops, pen drives e drives de computador depois que os investigadores invadiram os escritórios não identificados.

    Os promotores disseram ao tribunal que queriam permissão para o conteúdo em propriedade da equipe de filtragem.

    Os promotores acreditaram que os dispositivos revelaram e-mails que mostravam atividades supostamente criminosas, incluindo um “esquema secreto de lobby” e uma conspiração de suborno que oferecia “uma contribuição política substancial em troca de um perdão presidencial ou suspensão da pena” para um réu condenado cujo nome foi redigido , de acordo com os documentos editados.

    As comunicações entre advogados e clientes são normalmente protegidas e mantidas afastadas dos promotores enquanto eles desenvolvem seus casos. Nessa situação, no entanto, Howell permitiu o acesso dos promotores. As comunicações advogado-cliente não são protegidas por lei quando há discussão de crime, entre outras exceções.

    “A estratégia política para obter o perdão presidencial era ‘paralela’ e distinta da função [redigida] como advogada de [nome redigido]”, escreveu Howell em sua ordem judicial.

    A investigação do grande júri também parece estar relacionada a pessoas não identificadas agindo como “lobistas não registrados para altos funcionários da Casa Branca” enquanto buscavam obter um perdão e usar um intermediário para enviar um suborno, dizem os registros do tribunal não lacrados.

    Os promotores não forneceram evidências ao juiz, no entanto, de qualquer pagamento direto e, em vez disso, mostraram evidências de que uma pessoa estava pedindo clemência por causa de contribuições políticas passadas e futuras.

    Os investigadores indicaram no tribunal que pretendiam “confrontar” três pessoas com as comunicações e concluir a investigação.

    Na semana passada, o Departamento de Justiça disse a Howell que queria manter os registros relacionados ao assunto em sigilo no tribunal, porque “indivíduos e conduta” ainda não haviam sido acusados.

    Trump concedeu 29 indultos e comutou as sentenças de 16 pessoas durante sua presidência, de acordo com o gabinete do Procurador de Pardon dos EUA.

    Vários deles foram para pessoas próximas ao presidente ou cujos nomes fariam barulho – incluindo a sufragista do século 19 Susan B. Anthony, o ex-governador de Illinois Rod Blagojevich , o conselheiro da era Bush, Scooter Libby, e o antigo conselheiro político republicano Roger Stone, que mentiu ao Congresso para proteger os esforços de Trump em 2016.

    Na semana passada, Trump perdoou seu ex-conselheiro de segurança nacional Michael Flynn por mentir para o FBI, fazer lobby não divulgado para a Turquia e a orla de possíveis crimes relacionados que Flynn poderia ter enfrentado no futuro.