EUA exigem processo justo e transparente para herói do filme ‘Hotel Ruanda’
Paul Rusesabagina foi o hoteleiro retratado como herói em um filme de Hollywood sobre o genocídio de Ruanda em 1994
Os Estados Unidos pediram ao governo de Ruanda, nesta quarta-feira (17), que dê tratamento humano e um processo legal justo e transparente no caso de Paul Rusesabagina, o hoteleiro retratado como herói em um filme de Hollywood sobre o genocídio de Ruanda em 1994, que é agora acusado de crimes relacionados ao terrorismo em uma corte de Kigali.
A família diz que Rusesabagina, um crítico do presidente de Ruanda, Paul Kagame, está com a saúde debilitada e que seu julgamento é uma farsa.
Seus apoiadores e o próprio Rusesabagina há muito sustentam que ele se tornou um alvo do governo de Kagame depois de constantes críticas ao governo de Ruanda e à conduta da Frente Patriótica de Ruanda no fim do genocídio em 1994.
Rusesabagina, de 66 anos, é acusado de ser “fundador, líder e patrocinador de grupos terroristas violentos, armados e extremistas”. O governo de Ruanda diz que ele fomentou a violência e dirigiu ataques mortais em seu território enquanto estava no exílio na Bélgica.
História de Rusesabagina virou filme em Hollywood
Foi em 1994 que Paul Rusesabagina ganhou destaque. Naquele ano, cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados foram mortos em um genocídio liderado por extremistas hutus.
Na época, ele era gerente do hotel de luxo Milles Collines em Kigali, onde conseguiu esconder, abrigar e salvar centenas de pessoas durante o pior momento da matança. Rusesabagina foi a inspiração para o filme de Hollywood de 2004 “Hotel Ruanda”, estrelado por Don Cheadle e Sophie Okonedo.
Ele não vive em Ruanda desde 1996, quando sobreviveu a uma tentativa de assassinato. Rusesabagina recebeu vários prêmios de direitos humanos por seus esforços durante o genocídio, incluindo a Medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos, em 2005.
(*Com informações da CNN Internacional)