EUA e União Europeia classificam assassinato de candidato no Equador como “atentado à democracia”
Por meio de comunicados, representantes destacaram os esforços do governo para solucionar o crime e frisaram a necessidade de lutar para manter as instituições democráticas; FBI irá colaborar nas investigações
Os Estados Unidos e a União Europeia se pronunciaram nesta quinta-feira (10) sobre o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, ocorrido na tarde de quarta-feira. Os dois informes advertiram para os riscos de danos à democracia provocados pelo assassinato.
A Casa Branca qualificou o crime como “chocante” e disse que é algo que ninguém desejaria para a “democracia do Equador”.
“Bem, é muito chocante, obviamente”, disse John Kirby, coordenador de Comunicações Estratégicas do Conselho de Segurança Nacional, à Poppy Harlow da CNN. “É de partir o coração para ele e sua família para seus fãs.”
Fernando Villavicencio, que havia denunciado a corrupção e a violência causada pelo narcotráfico, foi morto a tiros quando saía de um comício de campanha em uma escola ao norte da capital Quito, 10 dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais.
Kirby disse ter “certeza de que todo o Equador está de luto neste momento” e que, dado o estado de emergência declarado pelo presidente do Equador, “parece que eles estão levando isso muito, muito a sério”.
Presidente decreta estado de emergência no Equador após assassinato de candidato
“Obviamente, esperamos que haja uma investigação completa e transparente sobre isso e que os perpetradores sejam devidamente responsabilizados”, disse Kirby. “É apenas uma cena horrível, é um vídeo perturbador e obviamente não é o que alguém desejaria para o povo do Equador ou, francamente, para a democracia do Equador.”
O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, prometeu que o assassinato não ficaria impune, dizendo que “o crime organizado percorreu um longo caminho, mas todo o peso da lei recairá sobre eles”. Lasso anunciou o estado de emergência por 60 dias, a mobilização imediata das forças armadas em todo o país e três dias de luto nacional. Nesta quinta-feira, informou ter solicitado apoio do FBI, a polícia norte-americana.
União Europeia
A União Europeia (UE) também condenou o assassinato de Villavicencio, disse o principal diplomata da UE em um comunicado na quinta-feira.
“A União Europeia condena veementemente o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Este trágico ato de violência é também um atentado contra as instituições e a democracia no Equador”, disse Josep Borrell.
Borrell acrescentou que a UE “expressa sua solidariedade com o governo e o povo equatoriano, em particular com a família do senhor Villavicencio, neste momento difícil” e pede “fortes medidas de proteção para todos os candidatos eleitorais”.
“A UE reitera seu total compromisso de apoiar a democracia equatoriana e ajudar nos esforços para garantir eleições democráticas pacíficas. Uma missão de especialistas eleitorais da UE está atualmente no Equador e está monitorando de perto o processo eleitoral”, disse o chefe de política externa da UE.
“A UE apoia o Equador em sua luta contra o agravamento da violência do crime organizado e continuará sua cooperação com as autoridades equatorianas para enfrentar esse enorme desafio, inclusive no âmbito de nosso recente memorando de entendimento”, acrescentou.
(Reportagem de Nikki Carvajal e Priscilla Alvarez, da CNN Espanhol)