EUA e países europeus falam em sanções após Putin reconhecer independência de separatistas
Líderes mundiais condenaram a decisão do presidente russo
![Bandeiras da União Europeia do lado de fora da sede do bloco em Bruxelas Bandeiras da União Europeia do lado de fora da sede do bloco em Bruxelas](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/Reuters_Direct_Media/BrazilOnlineReportWorldNews/tagreuters.com2022binary_LYNXMPEI1D0IT-FILEDIMAGE.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
Diversos líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenaram a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de reconhecer a independência de duas regiões separatistas no Leste da Ucrânia.
Logo após a assinatura do documento que reconhece a independência das autoproclamadas Repúblicas de Luhansk e Donetsk por Putin, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que será necessário “aplicar o máximo de pressão contra a Rússia“.
“Está ficando claro que precisaremos começar a aplicar o máximo de pressão possível, porque é difícil ver como essa situação vai melhorar”, afirmou Johnson em coletiva de imprensa.
“Isso é claramente uma violação do Direito Internacional. É uma violação, uma violação flagrante da soberania e integridade da Ucrânia“, complementou.
A ministra das Relações Exteriores britânica, Liz Truss, disse que sanções serão anunciadas nesta terça-feira (22), algo que, segundo ela, foi acordado com Josep Borrell, representante de Relações Exteriores da União Europeia.
Tomorrow we will be announcing new sanctions on Russia in response to their breach of international law and attack on Ukraine’s sovereignty and territorial integrity.
— Liz Truss (@trussliz) February 21, 2022
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, conversou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, após o discurso de Putin. Ele também informou que planeja falar com Boris Johnson e que convocou uma o conselho de segurança e defesa nacional.
Biden, horas mais tarde, assinou uma ordem executiva com sanções às regiões separatistas.
O presidente dos EUA também conversou por telefone com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e com Emmanuel Macron, presidente da França.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o ato é “uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk” e que o bloco e seus parceiros vão “reagir com firmeza, união e determinação em solidariedade à Ucrânia”.
The recognition of the two separatist territories in #Ukraine is a blatant violation of international law, the territorial integrity of Ukraine and the #Minsk agreements.
The EU and its partners will react with unity, firmness and with determination in solidarity with Ukraine.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) February 21, 2022
Emmanuel Macron disse no Twitter que “a Rússia está violando seus compromissos e minando a soberania da Ucrânia” e que convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU e sanções por parte dos países da Europa.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que a Rússia violou a integridade territorial e a soberania da Ucrânia.
“As Nações Unidas, de acordo com as resoluções relevantes da Assembleia Geral, continuam apoiando totalmente a soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia, dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, em comunicado.
Mais tarde, em coletiva de imprensa, o porta-voz disse que a ação é inconsistente com os princípios da ONU e que o secretário-geral prioriza a diplomacia.
![Mapa da Ucrânia](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2022/02/Mapa_Ucrania.png?w=1024)
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, por sua vez, condenou o reconhecimento da independência das duas repúblicas. “Isso corrói os esforços para resolver o conflito e viola os acordos de Minsk. A Otan apoia a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. Instamos Moscou a parar de alimentar conflitos e escolher a diplomacia”, pontuou.
I condemn #Russia recognition of Donetsk/Luhansk in #Ukraine. It erodes efforts to resolve the conflict & violates Minsk agreements. #NATO supports Ukraine sovereignty & territorial integrity. We urge Moscow to stop fuelling conflict & choose diplomacy. https://t.co/H4yczPG8XM
— Jens Stoltenberg (@jensstoltenberg) February 21, 2022
“Moscou continua a alimentar o conflito no leste da Ucrânia, fornecendo apoio financeiro e militar aos separatistas. Também está tentando construir um pretexto para invadir a Ucrânia mais uma vez”, continuou o secretário.
O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, pediu que sejam aplicadas sanções contra a Rússia e a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que vão “reagir a essa violação do direito internacional e coordenaremos com nossos parceiros”.
Outro presidente que condenou a decisão de Putin foi o presidente da Estônia. Pelo Twitter, Alar Karis disse que “estamos vendo uma escalada planejada e premeditada da Rússia” e que o país não é confiável.
A Turquia rejeitou a ação russa, o que considerou como “inaceitável”. No Canadá, a condenação veio na mesma medida. A ministra de Relações Exteriores do país, Melanie Joly, disse que houve violação dos acordos de Minsk e que é uma ameaça à estabilidade da região. Ela disse ainda que, junto aos aliados, o país se prepara para impor sanções contra os russos – que são diferentes daquelas da ocasião de um ataque.
*com informações da Reuters e CNN Internacional
Veja imagens da tensão na fronteira ucraniana
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Um soldado ucraniano caminha por uma trincheira em Svitlodarsk, na Ucrânia, no dia 11 de fevereiro
Crédito: Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images - 2 de 14
Duas militares ucranianas fazem uma pausa em um refeitório na trincheira em Pisky, Ucrânia
Crédito: Gaelle Girbes/Getty Images - 3 de 14
Voluntários paramilitares da Legião Nacional da Geórgia dão instruções a dois meninos (à dir.) sobre técnicas de tiro em Kiev, Ucrânia. A Legião Nacional da Geórgia viu um aumento nos pedidos de adesão e no número de participantes em seus cursos de treinamento no mês passado
Crédito: Chris McGrath/Getty Images - 4 de 14
As forças armadas russas e bielorrussas participam do exercício militar "Allied Determination 2022", na Bielorrússia, em 11 de fevereiro de 2022. A segunda fase dos exercícios está prevista para durar até 20 de fevereiro
Crédito: BELARUSÂ DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images - 5 de 14
Navio de desembarque da Marinha russa cruza o estreito de Bósforo a caminho do Mar Negro, no dia 9 de fevereiro, em Istambul, Turquia. O Ministério da Defesa da Rússia disse que seis grandes navios estão se movendo do Mediterrâneo para o Mar Negro, onde participarão dos exercícios já em andamento
Crédito: Burak Kara/Getty Images - 6 de 14
Sistemas de mísseis de defesa aérea S-400 Triumf durante os exercícios militares conjuntos "Allied Determination 2022" realizados por tropas bielorrussas e russas
Crédito: Russian Defence Ministry/TASS - 7 de 14
Soldados russos e bielorussos em exercícios militares na fronteira
Crédito: BELARUS DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images - 8 de 14
Imagens de satélite mostram militares no aeródromo de Oktyabrskoye e Novoozernoye, na Crimeia, no aeródromo de Zyabrovka perto de Gomel, em Belarus, e em área de treinamento de Kursk, no oeste da Rússia
Crédito: Maxar Technologies - 9 de 14
Soldados dos EUA chegam à base militar de Mihail Kogalniceanu, na Romênia, em 11 de fevereiro
Crédito: Alexandra Stanescu /Anadolu Agency via Getty Images - 10 de 14
Equipamento militar do Exército dos EUA, que está sendo transportado da Alemanha para a Romênia, é visto dentro de uma base militar, no dia 10 de fevereiro, na Romênia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou o envio de 3.000 soldados adicionais para reforçar os contingentes militares de países membros da OTAN
Crédito: Andreea Campeanu/Getty Images - 11 de 14
Veículos militares do Exército dos EUA circulam na área de treinamento militar de Grafenwoehr. O Exército dos EUA está transferindo cerca de 1.000 soldados, incluindo tanques e veículos militares, de sua base em Vilseck, no Alto Palatinado, para a Romênia
Crédito: Armin Weigel/picture alliance via Getty Images - 12 de 14
Soldado ucraniano é visto saindo de Svitlodarsk, na Ucrânia, em 11 de fevereiro de 2022
Crédito: Wolfgang Schwan/Agência Anadolu/Getty Images - 13 de 14
Biden diz a Putin que EUA vão reagir com “consequências severas” se Rússia invadir Ucrânia
Crédito: Wolfgang Schwan/Agência Anadolu/Getty Images - 14 de 14
Equipamentos militares e soldados do exército dos EUA em base temporária em Mielec, Polônia, em 12 de fevereiro de 2022
Crédito: Anadolu Agency/Getty Images