EUA devem atuar com apoio logístico à Ucrânia em caso de conflito armado com a Rússia
Em entrevista à CNN, a professora de Relações Internacionais Barbara Motta avaliou os possíveis cenários da tensão no Leste Europeu
Caso as tensões no Leste Europeu evoluam para um conflito armado, os Estados Unidos devem atuar em apoio à Ucrânia, mas não protagonizar o embate militar, segundo a professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe, Barbara Motta.
“É possível falar de engajamento militar dos Estados Unidos, mas acredito que esse engajamento vai ser muito mais do ponto de vista do apoio logístico, do apoio com tropas que venham a fortalecer as tropas militares já existentes na Ucrânia”, afirmou.
A especialista explicou que o país presidido por Joe Biden vive um momento diferente em questões militares do que anos atrás.
“Me parece que o público norte-americano está bastante cansado dessas empreitadas militares em territórios estrangeiros, em que o interesse norte-americano nessas empreitadas não é um interesse claro”, avaliou.
Em entrevista coletiva na tarde de hoje (14), o porta-voz do Pentágono dos Estados Unidos, John Kirby, afirmou acreditar que o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não tomou uma decisão sobre invadir o território ucraniano.
Do ponto de vista da Ucrânia, Motta enxerga uma dificuldade do país em se colocar como decisivo no conflito.
“Acho que o principal desafio do presidente ucraniano hoje é se apresentar como um interlocutor com autoridade, um interlocutor legítimo, com o qual os dois países [EUA e Rússia] podem negociar, podem dialogar”, disse.
Já em relação ao posicionamento estadunidense, a professora ressaltou as consequências geradas interna e externamente pelo mandato presidencial de Donald Trump.
“Por mais que Biden venha buscando resgatar essa imagem dos Estados Unidos como garantidor da paz, garantidor da estabilidade internacional, a gente sabe que houve um prejuízo, houve um desgaste bastante grande no último governo. E eu acho que esse desgaste não conseguiu ser minimizado por completo”.
*Sob supervisão de Elis Franco