EUA confirmam envio de munições de fragmentação para Ucrânia
Assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, explica decisão do país de enviar armas controversas para a guerra contra a Rússia: "Não deixaremos a Ucrânia indefesa"
Os Estados Unidos confirmaram, nesta sexta-feira (7), a decisão de fornecer munições de fragmentação, também conhecidas como cluster, à Ucrânia.
O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, explicou a lógica por trás da decisão dos Estados Unidos de fornecer munições cluster à Ucrânia, dizendo a repórteres na sexta-feira que o governo do presidente Joe Biden adiou a decisão “o máximo possível”, devido aos possíveis riscos para os civis.
Primeiro, Sullivan disse que os EUA baseiam suas decisões de assistência de segurança nas necessidades da Ucrânia no terreno. “A Ucrânia precisa de artilharia para sustentar suas operações ofensivas e defensivas. A artilharia está no centro deste conflito”, explicou.
“Não deixaremos a Ucrânia indefesa em nenhum momento deste conflito, ponto final”, disse ele.
Em segundo lugar, ele apontou para o uso de munições cluster pela Rússia desde o início de sua invasão. “A Rússia tem usado munições cluster com altas taxas de insucesso ou falha entre 30% e 40%. Nesse ambiente”, disse Sullivan, observando que as munições cluster dos EUA “forneciam taxas de insucesso muito abaixo do que a Rússia está fornecendo – não superior a 2,5 %”
Finalmente, Sullivan disse que os EUA estão trabalhando em estreita colaboração com a Ucrânia em seu pedido de munições cluster, uma vez que exigirá desminagem pós-conflito para proteger os civis contra danos. “Isso será necessário independentemente de os Estados Unidos fornecerem essas munições ou não, devido ao uso generalizado de munições cluster pela Rússia”, disse Sullivan.
Embora os Estados Unidos reconheçam que há risco de danos a civis por causa de bombas não detonadas, Sullivan disse que também há um risco enorme se a Rússia tomar “mais território ucraniano e subjugar mais civis ucranianos porque a Ucrânia não tem artilharia suficiente”.
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Veja imagens que mostram a destruição da guerra na Ucrânia após cerca de um ano e meio de conflito • 30/06/2023 REUTERS/Valentyn Ogirenko
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Vista mostra ponte Chonhar danificada após ataque de míssil ucraniano, em Kherson, Ucrânia • 22/06/2023Líder da região de Kherson Vladimir Saldo via Telegram/Handout via REUTERS
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Casas inundadas em bairro de Kherson, Ucrânia, quarta-feira, 7 de junho de 2023. • Felipe Dana/AP
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Prédio destruído em Mariupol, na Ucrânia • 14/04/2022 REUTERS/Pavel Klimov
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Área residencial inundada após o colapso da barragem de Nova Kakhovka na cidade de Hola Prystan, na região de Kherson, Ucrânia, controlada pela Rússia, em 8 de junho. • Alexander Ermochenko/Reuters
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Imagens de drone obtidas pelo The Wall Street Journal mostram soldado russo se rendendo a um drone ucraniano no campo de batalha de Bakhmut em maio. • The Wall Street Journal
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Vista aérea da cidade ucraniana de Bakhmut • Vista área da cidade ucraniana de Bakhmut em imagem de vídeo15/06/202393rd Kholodnyi Yar Brigade/Divulgação via REUTERS
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Socorristas trabalham em casa atingida por míssil, em Kramatorsk, Ucrânia • 14/06/2023Serviço de Imprensa do Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia/Handout via REUTERS
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A cidade de Velyka Novosilka, na linha de frente, carrega as cicatrizes de um ano e meio de bombardeios. • Vasco Cotovio/CNN
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Crateras e foguetes não detonados são uma visão comum na cidade de Velyka Novosilka, que foi atacada pelas forças russas. • Vasco Cotovio/CNN
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Policial ucraniano dentro de cratera perto do edifício danificado por drone russo. • Reprodução/Reuters
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Rescaldo de um ataque de míssil russo na região de Zhytomyr • Bombeiros trabalham em área residencial após ataque de míssil russo na cidade de Zviahel, Ucrânia09/06/2023. Press service of the State Emergency Service of Ukraine in Zhytomyr region/Handout via REUTERS
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Danos à barragem de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, são vistos em uma captura de tela de um vídeo de mídia social. • Telegram/@DDGeopolitics
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Vista da ponte destruída sobre o rio Donets • Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images
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Ataque com míssil mata criança de 2 anos e deixa 22 pessoas feridas na Ucrânia, diz governo • Ministério da Defesa da Ucrânia/Divulgação/Twitter
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Foto tirada por ucraniana após ataques com drones russos contra Kiev. Drones foram abatidos, mas destroços provocaram estragos. • Andre Luis Alves/Anadolu Agency via Getty Images
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Morador local de pé em frente a prédio residencial fortemente danificado durante o conflito Rússia-Ucrânia, no assentamento de Toshkivka, região de Luhansk, Ucrânia controlada pela Rússia • 24/03/2023REUTERS/Alexander Ermochenko
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Soldados ucranianos disparam artilharia na linha de frente de Donetsk em 24 de abril de 2023. • Muhammed Enes Yildirim/Agência Anadolu/Getty Images
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Ataque de mísseis russos atingem prédio residencial em Uman, na região central da Ucrânia • Reuters
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Vista aérea da cidade ucraniana de Bakhmut capturada via drone • 15/04/2023 Adam Tactic Group/Divulgação via REUTERS
“Isso é intolerável para nós. A Ucrânia não usaria essas munições em terras estrangeiras. Este é o país que eles estão defendendo. Esses são os cidadãos que eles estão protegendo. Eles estão motivados a usar qualquer sistema de armas que tenham de uma forma que minimiza os riscos para esses cidadãos”, disse Sullivan.
Sullivan não fez um anúncio formal sobre o novo pacote de ajuda militar, que incluiria munições cluster, e disse que viria do Pentágono.
As munições cluster espalham “bombas” em grandes áreas que podem não explodir com o impacto e podem representar um risco de longo prazo para quem as encontrar, semelhante às minas terrestres. Mais de 100 países, incluindo Reino Unido, França e Alemanha, proibiram as munições sob a Convenção sobre Munições Cluster, mas os EUA e a Ucrânia não são signatários da proibição.
(Com colaboração de Natasha Bertrand e Allie Malloy)