EUA condenam lançamento de satélite espião pela Coreia do Norte
Regime norte-coreano diz que quer fortalecer poder militar contra o sistema de vigilância espacial liderado pelos Estados Unidos
Os Estados Unidos condenaram o lançamento espacial que usou tecnologia de mísseis balísticos pela Coreia do Norte nesta terça-feira (21).
A ação “é uma violação descarada de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, aumenta tensões e pode desestabilizar a segurança na região e além”, pontuou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne Watson, em comunicado da Casa Branca.
“O lançamento é outra violação flagrante às resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, advertiu o vice-embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Robert Wood.
A mídia estatal norte-coreana KCNA comentou, por sua vez, que é “direito soberano” do país fortalecer seu poder militar contra o sistema de vigilância espacial liderado pelos Estados Unidos.
Coreia do Norte diz ter posicionado satélite espião
A Coreia do Norte disse que colocou em órbita com sucesso seu primeiro satélite espião nesta terça-feira (21), segundo a agência espacial do país, o que gerou condenação internacional dos Estados Unidos e seus aliados.
Autoridades da Coreia do Sul e do Japão, as primeiras nações que relataram o lançamento do foguete que pode ter levado o dispositivo, afirmaram que não poderiam verificar imediatamente se um satélite foi posicionado na órbita da Terra.
A Coreia do Norte havia notificado o Japão de que planejava enviar um satélite entre quarta-feira (22) e 1º de dezembro, após duas tentativas fracassadas neste ano de lançar o que chamou de satélites espiões.
A agência estatal de notícias KCNA informou que o dispositivo saiu da instalação de lançamento de satélites de Sohae às 22h42, no horário local (10h42 de Brasília), e entrou em órbita às 22h54, no horário local (10h54 de Brasília), citando a Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial da Coreia do Norte.
A agência espacial norte-coreana enviará vários satélites espiões para a órbita no futuro próximo para manter a capacidade de vigilância sobre a Coreia do Sul e outras regiões de interesse para as Forças Armadas da Coreia do Norte, ainda segundo a KCNA.
O lançamento desta terça-feira (21) seria o primeiro desde que o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, se encontrou com Vladimir Putin nas instalações espaciais da Rússia, em setembro.
Autoridades sul-coreanas pontuaram que a tentativa mais recente de lançamento pelos norte-coreanos provavelmente teve assistência técnica de Moscou, como parte de uma parceria que vem aumentando entre os dois países e que fez com que a Coreia do Norte enviasse milhões de projéteis de artilharia para a Rússia.
Ambas as nações negaram que tenham feito acordos de armas, mas prometem publicamente cooperação mais profunda.
Em comentários breves a repórteres ao chegar ao gabinete, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, repetiu que o lançamento da Coreia do Norte era uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e uma ameaça à segurança dos cidadãos japoneses.
“Apresentamos um protesto severo e condenamos a Coreia do Norte nos termos mais fortes”, colocou.