“Estou muito grato”, diz marinheiro que ficou 3 meses à deriva no oceano ao chegar em terra firme
Timothy Lyndsay Shaddock, de 54 anos, e sua companheira canina Bella foram resgatados por um barco que por acaso avistou sua embarcação naufragada
19/07/2023 às 15:32
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Um marinheiro australiano que passou meses à deriva no Oceano Pacífico ao lado de seu cachorro contou sua história, sobrevivendo a base de peixe cru e água da chuva antes de voltar em segurança à terra firme.
Timothy Lyndsay Shaddock, de 54 anos, e sua companheira canina Bella foram resgatados após três meses no mar por um barco que por acaso avistou sua embarcação naufragada.
“Estou me sentindo bem. Estou me sentindo muito melhor do que antes, posso garantir”, disse Shaddock, em entrevista coletiva após chegar ao porto de Manzanillo, cerca de 790 quilômetros a oeste da Cidade do México.
“Ao capitão e à empresa de pesca que salvou minha vida, sou muito grato. Estou vivo e realmente não pensei que conseguiria”, disse ele.
Shaddock, que se descreveu como uma pessoa quieta que adora ficar sozinha no oceano, disse que sua odisseia começou no início de maio, quando ele e Bella partiram em uma longa expedição de pesca no Mar de Cortes, também conhecido como Golfo da Califórnia. Seu destino final era a Polinésia Francesa – uma viagem de 6.000 quilômetros.
Mas seu pequeno catamarã “Aloha Toa” foi danificado por uma tempestade semanas depois, deixando Shaddock e Bella à deriva em no oceano, com pouca esperança de resgate.
Shaddock disse que “pescou muito” e comeu “muito sushi de atum” para sustentar a si mesmo e a Bella, mas disse que sua saúde piorou depois de enfrentar a tempestade.
A dupla acabou sendo vista no Oceano Pacífico Oriental “a mais de 1,9 mil quilômetros da terra”, de acordo com o Grupomar, empresa proprietária do barco de atum, em um tweet na segunda-feira (17).
A tripulação do barco, comandada pelo capitão Óscar Meza Oregón, prestou atendimento médico, hidratação e alimentação a Shaddock, segundo o Grupomar.
“Graças a Deus por nos colocar no caminho de um homem que poderia ter morrido”, disse Antonio Suarez, proprietário do Grupomar, a repórteres. “É um dia de felicidade porque acabamos numa aventura para salvar um aventureiro que tinha muito mais problemas do que nós.”
Shaddock elogiou Bella por dar a ele a companhia tão necessária e explicou como os dois se conheceram por acaso.
“Bella meio que me encontrou no meio do México, ela é mexicana, ela é o espírito do meio do país, e ela não me deixou ir. Tentei encontrar um lar para ela talvez três vezes, e ela continuou me seguindo até a água”, lembrou ele.
Parecendo um tanto atordoado e visivelmente magro, com barba e cabelo grandessgrenhados, Shaddock disse que “sempre estará na água”, apesar de sua fuga recente.
“Não sei a que distância do oceano estarei novamente, sabe, mas acho que simplesmente amo a natureza”.