Estônia diz que sofreu ataque cibernético após remover monumentos soviéticos
Grupo hacker russo Killnet reivindicou a responsabilidade pelo ataque; autoridade do governo informou que os impactos foram "limitados"
A Estônia repeliu “os ataques cibernéticos mais extensos desde 2007″ pouco depois de remover monumentos soviéticos em uma região de maioria étnica russa, afirmou o governo nesta quinta-feira (18).
O grupo hacker russo Killnet reivindicou a responsabilidade pelo ataque, afirmando em sua conta do Telegram na quarta-feira (17) que bloqueou o acesso a mais de 200 instituições estatais e privadas da Estônia, como um sistema online de identificação de cidadãos, por exemplo.
No entanto, um funcionário do governo estoniano informou nesta quinta que o impacto do ataque foi limitado. “Ontem, a Estônia foi alvo dos mais extensos ataques cibernéticos que enfrentou desde 2007”, publicou nas redes sociais Luukas Ilves, subsecretário de transformação digital do Ministério de Assuntos Econômicos e Comunicações da Estônia.
“Com algumas breves e pequenas exceções, os sites permaneceram totalmente disponíveis durante todo o dia. O ataque passou despercebido no país”, acrescentou.
O Killnet, que reivindicou uma investida semelhante contra a Lituânia em junho, disse que agiu depois que um tanque soviético Tu-34 foi removido da exibição pública na cidade de Narva para um museu na terça-feira (16).
O tipo de ataque foi DDoS, no qual os hackers tentam inundar uma rede com volumes excepcionalmente altos de tráfego de dados para paralisá-la quando ela não puder mais lidar com a escala de dados solicitada.
O governo ordenou na terça-feira a remoção rápida de todos os memoriais públicos soviéticos na cidade de Narva, onde a maioria da população fala russo. A justificativa foi a tensão crescente na região, acusando a Rússia de tentar explorar o passado para dividir a sociedade estoniana.
A Estônia trabalha para aumentar a segurança cibernética desde 2007, quando sofreu extensos ataques a sites públicos e privados. O motivo atribuído pelo governo local à época foi irritação com a remoção de uma estátua da era soviética. O monumento do Exército Vermelho foi retirado de uma praça de Tallinn, seguido por duas noites de tumultos de russos étnicos.