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    “Estamos longe de uma solução”, diz historiador sobre crise na Rússia

    Pesquisador explica que, no centro das tensões entre os dois países, está a expansão da Otan

    Anna Gabriela CostaElis Francoda CNN , em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (17) o historiador e especialista em Rússia Ângelo Segrillo comentou sobre a tensão do país com a Ucrânia, especialmente sobre como fica o cenário após o primeiro ataque civil, registrado nesta quinta, em uma escola infantil ucraniana.

    Autoridades da Ucrânia informaram que um grupo de separatistas pró-Rússia, apoiados pelas forças armadas de Vladimir Putin, atacaram uma escola. A ação teria deixado três pessoas levemente feridas –entre elas, um professor e um vigilante.

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    Para o historiador, a ação demonstra que as esperanças em torno de uma pacificação na região não são propícias neste momento.

    “Até Bolsonaro brincou de que quando do ele chegou lá [na Rússia] houve uma diminuição de tropa. Na verdade, estamos longe de uma solução; acho que o problema central que se coloca é a questão da expansão da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]. Um lado não aceita a não expansão da Otan, e o outro lado, a Rússia, não aceita a expansão da Otan. A Ucrânia, entre dois cachorros grandes, está sofrendo as consequências desse debate”, disse Segrillo.

    De acordo com o historiador, a Ucrânia, internamente, está dividida, uma vez que o país não é homogêneo em aspectos étnicos.

    “O grande problema da Ucrânia é que ela não é homogênea, tem uma maioria de ucranianos étnicos; e na parte mais ao leste a maioria é de russos étnicos, cidadãos ucranianos, mas de origem russa que estão em rebelião”

    Segundo o historiador, este grupo não aceitou a rebelião de 2014. “Com a queda do presidente anterior, de vez em quando acontecem esses bombardeiros e muitas vezes sobram civis no meio desse fogo perdido”, disse.

    Sobre o presidente Vladmir Putin, Segrillo destacou seu perfil que defende o estado forte, que tem como objetivo ter a Rússia como uma potência mundial e exigindo concessões do Ocidente. O historiador não acredita, porém, que Putin irá ordenar o ataque à Ucrânia.

    “A coisa está indefinida. Minha posição pessoal é de que Putin não quer invadir a Ucrânia. Isso vai alienar completamente a população ucraniana. Para ele, é mais interessante a situação atual, em que a Ucrânia está dividida e tem uma parte de russos lá ainda. Ele quer extrair concessões do Ocidente. Não conseguindo nós temos que tomar cuidado, porque a situação pode sair do controle”, afirmou.

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