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    Estado precisa de “política permanente para a Amazônia”, diz Mourão

    Vice-presidente falou em evento da COP26 com Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente. Ambos evitaram tocar em pontos sensíveis do aumento no desmatamento na região

    Giovanna Galvanida CNN , em São Paulo

    O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou em uma conversa nesta quinta-feira (4) transmitida ao estande brasileiro na COP26, em Glasgow, que o estado brasileiro precisa de uma “política permanente para a Amazônia” que seja “independente do governo de turno”.

    “O estado brasileiro tem que ter uma politica permanente pra Amazônia. Uma região que corresponde a 60% do Brasil só considerando a Amazônia Legal, quase metade se considerarmos o bioma Amazônico, tem que ter uma politica consistente independente do governo de turno”, disse Mourão durante a conversa com Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente.

    As autoridades reuniram-se em Brasília, apesar da conversa ser transmitida no Reino Unido, para falar sobre potenciais envolvendo bioeconomia, turismo sustentável e possibilidades de pagamentos de serviços ambientais na região.

    “Se a gente também colocar junto ao produto da bioeconomia o valor da atividade de proteger florestas, vamos fazer uma politica que vai preservar o território. São as pessoas que vivem na Amazônia que protegem a Amazônia“, disse o ministro.

    Mourão, que exerce o cargo de presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal – órgão recriado em fevereiro de 2020 para coordenar ações no bioma –, afirmou ainda que as políticas da região devem ser focalizadas em identificar potenciais “produtos da floresta” e disse que o “desenvolvimento predatório é impossível de levar adiante” na Amazônia.

    Ao citar possíveis produtos amazônicos, Mourão mencionou a água da área. “Existem muitos lugares com crise de agua, e nós temos água para dar e vender. Não tenho dúvida que um dos produtos de exportação da Amazônia será a agua”, afirmou.

    O leilão do 5G, previsto para esta quinta-feira (4), também foi comentado por ambos. Mourão julgou que a implementação de tecnologias seria uma “revolução” para a região.

    Tanto Hamilton Mourão quanto Joaquim Leite evitaram tocar em pontos sensíveis ao governo federal, como os registros de aumento no desmatamento na região e, consequentemente, o maior volume de emissões de gases poluentes e aumento na violência contra populações indígenas, por exemplo.

    Na COP26, o governo brasileiro anunciou novas metas envolvendo a diminuição em 50% nas emissões de carbono na atmosfera, até 2030, com base no ano de 2005. O país também assinou decretos envolvendo a emissão de metano e o compromisso em acabar com o desmatamento até 2030.

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