Com 950 mortes em um dia, Espanha vê estabilização em casos de coronavírus

O número de mortos na Espanha pelo novo coronavírus passou de 10 mil nesta quinta-feira (2), depois de o país registrar novo recorde de mortes em um único dia: 950. As autoridades de saúde, no entanto, dizem que a epidemia começa a desacelerar em termos de aumentos diários proporcionais de infecções e mortes.

A Espanha tem o segundo maior número de mortos no mundo, depois da Itália, com 10.003 vítimas da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus. O número de casos registrados no país aumentou cerca de 8% em relação ao dia anterior, para 110.238, informou o ministério. O total de mortes aumentou pouco mais de 10%, mesma taxa do dia anterior.

“Há luz no fim do túnel”, disse o ministro da Saúde Salvador Illa ao Parlamento. “Um vislumbre de esperança: a curva se estabilizou. Atingimos o pico da curva e começamos a fase de desaceleração”, completou.

O aumento diário de infecções em termos percentuais tem diminuído gradualmente desde 25 de março, quando os casos relatados aumentaram pouco mais de 20%.

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A Espanha está em isolamento desde 14 de março. As pessoas só podem deixar suas casas em situações essenciais. Nesta semana, as medidas foram reforçadas e, agora, apenas funcionários de setores-chave estão autorizados a irem ao trabalho.

Expondo a escala do impacto econômico do surto, dados mostram que a Espanha perdeu 900 mil vagas empregos desde que entrou em confinamento, um número sem precedentes no país, e as demissões temporárias afetaram pelo menos outras 620 mil pessoas.

Dados da previdência social também mostram que cerca de 80 mil trabalhadores estão infectados com coronavírus, enquanto outros 170 mil estão em licença médica por isolamento após terem contato com alguém com o vírus.

O ministro da Saúde Illa também anunciou que a Seat, unidade local da montadora alemã Volkswagen, cujas linhas de produção de carros estão fechadas há mais de duas semanas, produzirá 300 respiradores para UTIs do país. Uma empresa local, Hersill, fabricará outros 100 respiradores por dia, disse ele.

Ajuda à Catalunha

O governo separatista da região da Catalunha – a segunda mais atingida depois de Madri – abandonou sua relutância inicial e pediu às Forças Armadas que enviem equipes médicas e ajudem a combater o coronavírus.

No mês passado, uma autoridade do governo da Catalunha, cuja pressão pela independência causou tumulto político nos últimos anos, disse que a ajuda militar era “totalmente desnecessária”.

Agora, a ministra da Saúde da Catalunha, Alba Verges, disse que a ajuda seria bem-vinda, acrescentando que a capacidade de terapia intensiva da região estava “no limite”. (Com informações da Reuters)