Erdogan diz que Gaza pós-guerra precisa fazer parte de um Estado soberano palestino
Presidente turco cobrou um cessar-fogo imediato e ofereceu organizar um sistema para garanti-lo
O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que a Faixa de Gaza precisa fazer parte de um Estado palestino independente e soberano quando a guerra entre Israel e Hamas acabar, e que Anakara não apoiará planos que “gradualmente eliminam palestinos” da história.
A Turquia, que subiu muito o tom de suas críticas a Israel à medida que a crise humanitária em Gaza se intensificou, defende a solução de dois Estados e recebe membros do Hamas, que não vê como uma organização terrorista, ao contrário de EUA, Reino Unido e outros países ocidentais. A Turquia cobrou um cessar-fogo imediato e ofereceu organizar um sistema para garanti-lo.
Falando com repórteres em um voo retornando do Cazaquistão na sexta-feira (3), Erdogan repetiu suas críticas aos países ocidentais pelo apoio a Israel, dizendo que a confiança de Ankara na União Europeia estava “profundamente abalada”.
“Quando tudo isso que estiver acontecendo acabar, queremos ver Gaza como uma região pacífica que faz parte de um Estado palestino independente, em linha com as fronteiras de 1967, com integridade territorial e com Jerusalém Oriental como sua capital”, disse Erdogan neste sábado, citado pela emissora Haberturk e outros veículos.
“Apoiaremos fórmulas que tragam paz e calma à região. Não apoiaremos planos que obscureçam ainda mais as vidas dos palestinos, que gradualmente os eliminem da cena da história”.
Ele também afirmou que seu chefe de inteligência, Ibrahim Kalin, estava em contato com autoridades israelenses e palestinas, e também do Hamas, mas acrescentou que não considera o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu – que Erdogan disse ser o único autor da situação em Gaza – como um correspondente.