Enviado da CNN Brasil explica como é o processo de entrada nas trincheiras ucranianas
Para chegar até o ponto mais avançado é necessário passar uma vila completamente destruída, onde um carro camuflado leva até o local
O enviado especial da CNN Brasil à Ucrânia, Américo Martins, mostrou a situação da linha de frente da guerra no país. Ele revelou um posto a apenas 700 metros da fronteira com a Rússia e os detalhes do dia a dia dos soldados ucranianos que se arriscam na linha de frente do conflito. (Veja acima).
Segundo ele, a função do posto é monitorar as atividades dos militares russos. Ele fica a cerca de 40 quilômetros de Kharkiv. Os cerca de 20 ucranianos no local devem avisar o Exército do país se houver alguma tentativa de invasão ou alguma agressão.
Para chegar até o posto avançado, é preciso passar por uma vila destruída, que foi invadida pelos russos em fevereiro de 2022. Inclusive, as trincheiras do acampamento usado pelos ucranianos foram cavadas pelas tropas russas.
Carros levam até muito próximo das trincheiras, onde todos devem estar camuflados. Após a chegada, os veículos são cobertos por uma lona verde, com o intuito de passarem disfarçados em meio a vegetação.
“Para chegar lá é um processo complicado. Uma das cenas mais tristes que vi até aqui. Pequenos vilarejos, agricultores pobres, que dependem daquela terra na fronteira. Todas completamente destruídas. Nenhuma casa ficou de pé. Telhados completamente devastados”, relata o enviado especial da CNN Brasil, Américo Martins.
“Você passa por campos de girassóis, enormes. Todos minados. (…) quando a gente chega nesse ponto avançado, a gente também passa por três grandes espécies de cerca montada pelos ucranianos no chão, com blocos de concreto em formato triangular, para impedir a entrada de tanques russos.”
O lado russo tem postos avançados assim como o da Ucrânia. Os dois sabem da existência um do outro, levando a diversas trocas de tiros, bombas e morteiro.
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Segundo o enviado especial da CNN Brasil, os cidadãos ucranianos têm o sentimento de resistência e a forte crença de que vão vencer a guerra.
“Eles podem tentar o que quiserem, porque eles jogaram todos os tipos de armamento contra nós e não nos derrotaram. Nós vamos vencer”, disse um soldado que conversou com Américo Martins.