Entidades tentam retirar civis de Mariupol, na Ucrânia
Primeiro comboio com cerca de 100 pessoas deixou a região no fim de semana; ministro das Relações Exteriores da Ucrânia admite que a operação é "muito frágil"
Organizações internacionais se esforçam para retirar todos os civis refugiados no distrito industrial de Mariupol, no sul da Ucrânia, uma das áreas mais devastadas durante a guerra com a Rússia.
O primeiro comboio com cerca de 100 pessoas deixou a região no fim de semana. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, admite que a operação é “muito frágil”. Há relatos de bombardeios mesmo durante o período de funcionamento dos corredores humanitários
Mas enquanto alguns civis se reencontram com familiares e comemoram terem conseguido ir para áreas mais seguras do país, outros continuam presos na cidade.
O prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, disse nesta segunda-feira (2) que o processo está muito difícil e que os russos estão criando obstáculos para as saídas dos civis.
Uma autoridade militar ucraniana também disse que a usina de Azovstal está sob ataques constantes depois da saída dos civis –e que ainda há pessoas que não conseguiram sair do complexo, e estão em condições precárias, sem ter o que comer.
Ainda na segunda-feira, um ataque de mísseis atingiu a cidade portuária de Odessa, na região sudoeste da Ucrânia.
Segundo autoridades do país, o ataque atingiu uma área residencial da cidade e danificou uma igreja.
No fim de semana, a Ucrânia recebeu uma visita surpresa da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi.
Ela se encontrou com o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, em Kiev, capital do país. E disse que os Estados Unidos estarão ao lado da Ucrânia até o fim da luta. Essa foi a mais recente visita de uma autoridade americana de alto escalão país.
No momento em que a guerra na Ucrânia entra em uma nova fase, os Estados Unidos tentam reforçar a ideia de união com a Ucrânia e os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com essas viagens de autoridades. Na quinta-feira (5), a primeira-dama, Jill Biden, viaja em direção à Romênia e à Eslováquia para falar sobre a crise humanitária.
Apesar das visitas, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o presidente americano, Joe Biden, “amaria” ir à Ucrânia, mas não há planos para isso no momento.
Nesta semana, o Congresso americano também continua as discussões sobre a proposta de Biden de enviar US$ 33 bilhões à Ucrânia, que inclui assistência militar e humanitária. A liberação está nas mãos do Congresso, e há algumas discordâncias sobre qual valor deve ser fornecido.