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    Entenda o que é a Cúpula de Líderes sobre o Clima e como ela impacta o Brasil

    Evento organizado pelo governo dos EUA servirá de teste ao comprometimento de Bolsonaro com o enfrentamento das mudanças climáticas e aos projetos de Joe Biden

    Weslley Galzo, da CNN, em São Paulo

    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, organiza nesta quinta (22) e sexta-feira (23) a Cúpula de Líderes sobre o Clima, evento que é uma promessa de campanha do mandatário americano.

    Durante a disputa eleitoral, Biden se comprometeu a reunir alguns dos principais líderes mundias nos seus 100 primeiros dias no cargo de presidente, para discutir ações de enfrentamento à crise global das mudanças climáticas. 

    O poder de influência e liderança global do anfitrião será testado, mas os olhos estarão do mundo estarão voltados também a outro participante: o presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido).

    Bolsonaro acenou recentemente com mudanças em sua política ambiental, como uma carta que enviou a Joe Biden com o compromisso para o fim do desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. Segundo apuração da CNN, o objetivo do discurso do presidente na cúpula é fazer um “gesto explícito” de comprometimento com a pauta.

    Confira abaixo por que esse encontro é estratégico para as lideranças ao redor do mundo:

    Quando a Cúpula será realizada?

    O evento ocorre ainda nesta semana, entre os dias 22 e 23 abril. O encontro será realizado integralmente em ambiente virtual, com Joe Biden como anfitrião. 

    Quem participa?

    Além do presidente dos Estados Unidos, outros 40 representantes foram convidados. Segundo comunicado divulgado pela Casa Branca, os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China, estão entre os convocados de maior peso, assim como o presidente Jair Bolsonaro. 

    Foram convidados os integrantes do Fórum de Energia e Clima de Grandes Economias — que reúne os 17 países que respondem por 80% das emissões globais de carbonos –, as nações vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas e os países que lideram ações importantes de preservação do meio ambiente.

    O que será discutido? 

    Apesar de ter como pano de fundo um projeto da administração Biden, a Cúpula terá o papel estratégico de estimular a criação de planos por parte das maiores economias para reduzir as emissões de poluentes e gás carbônico até 2030. A meta é tida como “crucial [pelos Estados Unidos] para manter ao alcance o limite de 1,5°C de aquecimento”.

    O encontro também terá um enfoque importante de discussão da capacidade de geração de emprego e renda nos países que adotarem a agenda de ação climática, dentre outros planejamentos que busquem a utilização de tecnologia, o cooperativismo internacional e a criação de benefícios econômicos em favor do combate à devastação ambiental.

    Por que é importante?

    A reunião prepara as discussões para a COP26, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), que neste ano acontecerá em novembro, na cidade de Glasgow, na Escócia. 

    O encontro também será a oportunidade dos líderes mundiais reformularem seus compromissos feitos no Acordo de Paris, com a expectativa de que sejam traçadas metas mais ambiciosas. Os Estados Unidos, por exemplo, devem anunciar uma nova meta de redução de emissões.

    Há, até mesmo, expectativa de que potencias como China, Coreia do Sul, Japão e Canadá anunciem planos para zerar as taxas de emissões.

    Nos preparativos para a reunião, China e Estados Unidos concordaram em cooperar na implementação do Acordo de Paris e no enfrentamento da crise climática, que “deve ser tratada com seriedade e urgência”.

    Como a reunião impacta o Brasil e pressiona Bolsonaro após carta enviada a Biden?

    O governo brasileiro se antecipou ao evento e prometeu, em carta a Biden, zerar até 2030 o desmatamento ilegal na Amazônia. No entanto, o mero aceno ao comprometimento não deverá ser suficiente para arrefecer as desconfianças dos países em relação à agenda ambiental do Brasil.

    O colunista Igor Gadelha, da CNN, ouviu de ministros que a pressão internacional contra Bolsonaro deve fazer o presidente anunciar “metas claras” até 2022.

    O Brasil, portanto, terá o papel de avançar e apresentar medidas mais concretas no curto prazo, que demonstrem efetivamente o desejo do governo federal de cumprir com as promessas feitas a Biden na carta enviada por Bolsonaro.

    Dessa forma, caso o governo Bolsonaro apresente bons planos de atingimento das metas fixadas, é possível que o Brasil se torne palco de investimentos internacionais para o financiamento das políticas de combate à mudança climática.

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