Enchentes na Alemanha: mais de 150 vítimas podem não ser encontradas
Cidades inteiras foram inundadas pela água, provocando 173 óbitos no país
Uma semana depois de inundações atingirem a Europa Ocidental, devastando Alemanha, Bélgica e Holanda, autoridades alemãs afirmaram nesta quinta-feira (22) que temem que 158 pessoas ainda desaparecidas possam não ser encontradas.
O número de mortos nas enchentes aumentou para pelo menos 205 em todo o continente, enquanto pelo menos 176 pessoas permanecem desaparecidas. A Bélgica registrou 32 mortes e 18 desaparecidos, de acordo com o centro de crise nacional do país.
Na Alemanha, o país mais atingido, cidades inteiras foram inundadas pela água, enquanto linhas de trem e estradas foram varridas pelas enchentes, ceifando pelo menos 173 vidas.
A organização federal alemã de ajuda humanitária em desastres afirmou que é muito improvável que mais sobreviventes sejam encontrados. Os serviços de resgate continuam a vasculhar as cidades devastadas pelas enchentes em busca de possíveis sobreviventes.
A vice-presidente da agência federal alemã de assistência técnica, Sabine Lackner, também disse à CNN que não acredita que os socorristas encontrem mais sobreviventes.
“A busca por pessoas desaparecidas continua avançando, mas devido ao cenário de danos e ao tempo que passou, há pouca esperança de que pessoas desaparecidas sejam encontradas neste momento”, disse Lackner em um comunicado.
Na cidade de Koblenz, na região de Renânia-Palatinado, no oeste da Alemanha, gravemente atingida, a polícia disse que pelo menos 125 pessoas morreram. “Ainda há 155 pessoas desaparecidas”, disse a porta-voz da polícia Verena Scheurer à CNN nesta quinta-feira, acrescentando “portanto, presumimos nesta fase que o número de mortes ainda pode aumentar”.
Em visita ao estado no domingo (18), a chanceler alemã Angela Merkel disse que a devastação foi “surreal”, acrescentando: “Quase posso dizer que a língua alemã não tem palavras para a devastação”.
Pelo menos 47 pessoas morreram no estado mais populoso da Alemanha, Renânia do Norte-Vestfália, de acordo com um comunicado do Ministério do Interior local. O ministério revisou o número de 48 mortes anteriores para 47 óbitos nesta quinta-feira.
O primeiro-ministro do estado, Armin Laschet, que também é o candidato dos conservadores para suceder Merkel nas próximas eleições federais, disse que as enchentes foram “uma catástrofe de proporções históricas” para o estado e pediu ao mundo que acelerasse seus esforços para o enfrentamento e adaptação às mudanças climáticas.
Max Wilmes, porta-voz da polícia em Colônia, disse à CNN que pelo menos três pessoas na cidade de Euskirchen permanecem desaparecidas. Autoridades da Alta Baviera disseram à CNN na segunda-feira (19) que pelo menos uma pessoa morreu após chuvas torrenciais no fim de semana.
Especialistas dizem que eventos climáticos drásticos, como enchentes, ondas de calor e incêndios florestais no Canadá e nos Estados Unidos, são um sinal dos impactos das mudanças climáticas.
“Estamos em um ponto em que todos no planeta já sentiram os impactos próprios da mudança climática, ou pelo menos alguém que eles amam ou conhecem. Está chegando cada vez mais perto”, disse o diretor do Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina, Merritt Turetsky, à CNN.
Na Holanda, que não registrou fatalidades, um excelente sistema de gestão da água e uma melhor preparação por parte das autoridades significaram que o país conseguiu lidar com as enchentes muito melhor do que seus vizinhos alemães e belgas. No entanto, dezenas de milhares de pessoas ainda tiveram que ser evacuadas.
O porta-voz do serviço meteorológico alemão Andreas Friedrich, que disse à CNN há uma semana que a Alemanha “não viu tanta chuva em 100 anos” em partes do oeste da Alemanha, alertou que mais chuva está prevista em algumas das áreas inundadas neste fim de semana.
“Chuvas fortes e tempestades devem atingir o oeste da Alemanha no fim de semana, especialmente no sábado. No entanto, em nenhuma circunstância devemos ver as inundações que vimos e experimentamos há uma semana”, disse Friedrich à CNN nesta quinta-feira.
“O tempo severo será local e de curto prazo, como uma tempestade normal de verão. Pode haver tempestades, granizo ou chuva forte por um curto período, mas não veremos dois dias de chuva contínua”.
Texto traduzido, leia o original em inglês.