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    Empresa de Trump “enganou” autoridades fiscais, diz promotora em julgamento

    Companhia fez pagamento para executivos em benefícios, como aluguel de imóveis e de carros sem relatar esses benefícios às autoridades fiscais

    Karen FreifeldLuc Cohenda Reuters

    A empresa imobiliária do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump enganou as autoridades fiscais por 15 anos, disse uma promotora nesta segunda-feira (31) em sua declaração de abertura no julgamento de fraude fiscal criminal das Organizações Trump. Advogados de defesa alegaram que o diretor financeiro da empresa estava agindo apenas em seu próprio nome.

    A empresa pagou certos executivos – incluindo o diretor financeiro Allen Weisselberg – em benefícios, como aluguel imóveis e de carros sem relatar esses benefícios às autoridades fiscais, além de bônus falsamente informados como compensação para não-funcionários, explicou Susan Hoffinger, promotora do escritório do promotor público de Manhattan.

    O caso está entre os crescentes problemas legais enfrentados por Trump, de 76 anos, enquanto considera outra candidatura à Presidência depois da derrota em 2020.

    Weisselberg, que trabalha para Trump há quase meio século, em agosto se declarou culpado e concordou em depor como testemunha de acusação no julgamento, como parte de um acordo para que ele recebesse uma sentença de cinco meses de prisão.

    Os advogados das duas unidades das Organizações Trump argumentaram que Weisselberg sonegava impostos para se beneficiar, e não para favorecer a empresa. Tanto a Trump Corporation quanto a Trump Payroll Corporation se declararam inocentes. Trump não foi acusado no caso.

    “Weisselberg fez isso por Weisselberg”, alegou Michael Van Der Veen, advogado da Trump Payroll Corporation, em sua declaração de abertura. “A ganância o fez sonegar impostos, esconder seus atos de seu empregador e trair a confiança construída ao longo de quase 50 anos.”

    Hoffinger expressou ainda que Weisselberg era “um dos principais beneficiários” do esquema. Mas ela afirmou que ele atuou em sua capacidade oficial como executivo das Organizações Trump e que a empresa também se beneficiou ao manter os principais executivos felizes e economizar em alguns impostos.

    “Todo mundo ganha aqui”, comunicou Hoffinger. “Claro, todos, menos as autoridades fiscais. O problema de fazer isso dessa maneira é que não é legal.”

    Van Der Veen também procurou culpar a empresa de contabilidade Mazars, que lidava com as declarações fiscais da empresa e de Weisselberg.

    A Mazars não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários. Em fevereiro, a empresa abandonou as Organizações Trump como cliente e disse que as demonstrações financeiras que preparou para a empresa de 2011 a 2020 não deveriam mais ser confiáveis.

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