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    Embaixador relata à CNN novo tremor na região de Marrakech

    Alexandre Parola afirmou que terremoto teve magnitude de 2,8 na escala Richter

    Amanda Sampaioda CNN

    em São Paulo

    O embaixador do Brasil no Marrocos, Alexandre Parola, relatou à CNN um novo tremor na região de Marrakech neste sábado (9).

    “Houve, há 40 minutos, um pequeno terremoto perto de Marrakech, se eu não me engano de [magnitude] 2,8. É um número significativo mas nem se compara aos 6,8 do que foi o mais importante”, afirmou.

    Ele explica que a grande “angústia”, neste momento, é se haverá outros abalos.

    “Há quem diga que esse tipo de terremoto é muito pouco frequente, mas ao mesmo tempo gera réplicas. E há outros que dizem que o terremoto foi tão violento que seria surpreendente que não houvesse o tal do choque posterior”, disse.

    “Se houver réplicas, será ainda mais dramático”, completou.

    Parola disse ainda que não há registro de brasileiros entre as vítimas do tremor da última sexta-feira (8), que deixou mais de mil mortos.

    “Nós não temos registro de nenhum brasileiro que tenha sofrido algum ferimento, algum dano, muito menos letal, e nós não temos expectativa de que tenhamos isso […] Tudo indica que não haverá”, acrescentou.

    O embaixador classificou o tremor como “devastador”.

    “É preciso reconhecer que foi devastador, foi muito violento, num nível de destruição muito grande. Além de cenas de sofrimento humano muito dramáticas e muito intensas”, disse.

    Parola estava em Marrakech no momento do terremoto, mas dirigiu-se à capital Rabat para prestar apoio a brasileiros que estão no país.

    O embaixador afirmou que o governo marroquino tem agido com prontidão e eficiência. Além disso, ele destacou a solidariedade do povo marroquino.

    “Houve um chamado por doação de sangue, e em menos de cinco minutos, nos postos de doação, havia filas muito longas de pessoas que queriam doar”.

    O terremoto

    O Marrocos foi atingido na noite de sexta-feira (8) por um forte terremoto que já deixou milhares de mortos e feridos. Com magnitude de 6,8, é o mais forte a atingir a área em mais de 120 anos.

    O epicentro ocorreu nas montanhas do Alto Atlas, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O tremor também foi o mais mortal no país em cerca de 30 anos.

    Terremotos deste tamanho na região são incomuns, segundo o serviço, mas não inesperados. Foram nove terremotos com magnitude 5 ou superior desde 1900, mas nenhum deles teve magnitude superior a 6.

    Muralhas históricas danificadas

    O terremoto danificou partes das muralhas históricas de Marrakech, de acordo com a TV estatal Al Aoula do país.

    As fortificações são um conjunto de muralhas defensivas que circundam os bairros históricos de Marrakech e foram construídas pela primeira vez no início do século XII.

    Equipe da CNN em Marrakech descreve cena “absolutamente chocante”

    Benjamin Brown, membro da equipe da CNN que estava em Marrakech quando ocorreu o terremoto, disse que demorou um pouco para que as pessoas nas proximidades entendessem o que estava acontecendo.

    Ele afirmou que ele e outras pessoas deixaram o hotel depois de sentir os tremores e se dirigiram para um terreno aberto. No início, segundo Brown, a maioria das pessoas – incluindo algumas ainda de pijama – parecia calma.

    “E então, alguns minutos depois, os gritos começaram”, lembrou ele.

    O pânico tomou conta quando as pessoas começaram a notar seus ferimentos, disse Brown, que falou por telefone à redação da CNN com Michael Holmes.

    “Alguns deles pareciam ter ferimentos graves na cabeça com muito sangue, na verdade, tão graves que pelo menos em um caso uma ambulância teve que recusar uma mulher ferida, porque estavam com capacidade total”, pontuou.

    Posteriormente, muitas pessoas decidiram acampar durante a noite, disse Brown. “Cena absolutamente chocante para Marrakech”, acrescentou.

    Havia muitos edifícios parcialmente destruídos, alguns com os telhados arrancados e as janelas de vidro quebradas, relatou Brown, e partes das muralhas históricas de Marrakech estavam desmoronando.

    Veja também: Marrocos deve esperar até 20 dias para ver se terremoto não terá réplicas, diz professor