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    Em vídeo, mulher denuncia polícia cubana por atirar em seu marido e prendê-lo

    O acontecimento teria ocorrido na cidade de Cárdenas, perto de Havana, na semana após os protestos no país

    Policial em residência de mulher cubana que denunciou ação violenta
    Policial em residência de mulher cubana que denunciou ação violenta Foto: Reprodução/CNN en Español

    Rubén Correa, da CNN*

    Um vídeo de terça-feira (13) que viralizou nas redes sociais em Cuba mostra como um grupo de policiais chega a uma casa, aparentemente força o arrombamento da porta e entra para levar um suposto manifestante opositor ao governo na cidade de Cárdenas, região leste de Havana.

    A mulher que gravou o episódio relatou ao jornal The Miami Herald que as forças de segurança entraram em sua casa na terça-feira pela manhã e dispararam contra seu esposo, Daniel Cárdenas Díaz, que foi levado preso. 

    No vídeo, é possível ouvir a mulher, Marbely Vásquez, gritando aos policiais que seus filhos estavam com ela, carregando um deles enquanto, na janela, estão os policiais. De fundo, o som da porta sendo forçada para arrombamento e, instantes depois, um agente entra com um cachorro pela porta dos fundos e a mulher grita: “Por que estão fazendo isso?”. Assista ao vídeo completo. 

    No corte seguinte, aparentemente gravado após a prisão do marido, Vásquez diz: “Por que fizeram isso? Não tem nada na minha casa, revistaram tudo, na minha casa não há nada. Olha o que eles fizeram ao meu marido [a câmera filma o chão manchado com sangue], eles levaram tudo, acabaram com minha casa. Acabaram com tudo”.

    “Deram um tiro no meu marido aqui dentro”, complementa. “Entraram aqui atirando e depois de tê-lo no chão, cheio de tiros, olhem para o sangue. Caíram em cima dele aos golpes, como se ele fosse um porco dentro de um caminhão”. 

    O vídeo, que está editado em diversos cortes com imagens difusas, não mostra o momento em que os agentes atiram contra Cárdenas ou quando ele é levado detido. Vásquez afirma na gravação que os policiais dispararam contra ele e logo se vê uma mancha no chão que assemelha-se à sangue.

    Pela perspectiva do vídeo, com momentos gravados em formado de selfie, há indicativos de que Vásquez foi a responsável pela gravação. Mesmo assim, a CNN não identificou quem editou o vídeo e não obteve testemunhos sobre o que aconteceu antes ou depois da gravação.

    A CNN também tentou contato, sem êxito, com Marbely Vásquez. Além disso, buscou por meio dos órgãos de imprensa e da assessoria do Consulado Cubano a resposta das autoridades cubanas, porém não obteve sem resposta.

    Na quarta-feira (14), a emissora estatal Canal Caribe dedicou um programa para rebater publicações sobre Cárdenas nas redes sociais, e colocou em dúvidas que os fatos tenham ocorrido como indicam as gravações.

    O programa mostrou imagens de um homem que se identificou como Daniel, que aparece de máscara em um local indeterminado, hesitando ao responder questionamentos aparentemente feitos por um policial. Resta a dúvida sobre a data do vídeo, assim como quem o gravou, o contexto do interrogatório ou se a pessoa é de fato a mesma retratada na denúncia.

    *Colaborou Juan Carlos Paz