Zelensky posta no Instagram críticas a Lula após pergunta da CNN
Líder ucraniano mais uma vez se mostrou incomodado com as declarações do presidente brasileiro e disse que o Brasil, como país pacífico, não deveria atender aos interesses da Rússia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, postou em seu perfil oficial no Instagram vídeo em que rebateu as críticas feitas pelo seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que não está interessado em um acordo de paz. O instante, captado na rede social, surgiu ao responder uma pergunta do correspondente Américo Martins, enviado da CNN Brasil à Ucrânia.
Na ocasião, Zelensky recebeu vários jornalistas sul-americanos em uma entrevista coletiva. Martins perguntou ao presidente ucraniano o que ele pensava das declarações mais recentes de Lula de que nem ele nem Putin queriam negociar um acordo de paz porque ambos têm expectativa de vencer a guerra.
No vídeo, Zelensky responde com ironia quando Martins afirma que Lula o havia criticado? “De novo? Estou feliz”, afirmou o presidente ucraniano.
Na postagem, Zelensky comenta sobre as falas de Lula: “Acredito que o Presidente do Brasil tem suas próprias opiniões e não é necessário que suas opiniões coincidam com as do Presidente Putin. O Brasil não é um agressor, mas um país pacífico. Por que você precisa das narrativas do líder de um estado que não é diferente de nenhum colonizador, constantemente mente, manipula e desinforma as pessoas, matando nossas crianças e estuprando nossas mulheres?”
Falas de Lula e Amorim
Na semana passada, em café da manhã com correspondentes estrangeiros em Brasília, Lula disse que “a gente não tem ouvido nem de Zelensky nem do (presidente russo, Vladimir) Putin a ideia de que vamos parar (a guerra) e vamos negociar”. “Por enquanto, os dois estão naquela fase de eu vou ganhar, eu vou ganhar, eu vou ganhar, eu vou ganhar, sabe? Enquanto isso, as pessoas estão morrendo”, afirmou Lula.
Amorim disse, no mesmo evento, que as preocupações de segurança da Rússia não podem ser deixadas de lado nas discussões sobre qualquer acordo de paz. “Você não pode deixar de fora as preocupações de segurança da Rússia, elas são reais”, disse Amorim.
(Publicado por Fábio Mendes)