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    Em meio a crise diplomática, Javier Milei volta à Espanha e critica Pedro Sánchez

    Após chamar esposa de Sánchez de corrupta, Milei falou em “mãos porosas” de companheiros de políticos

    Luciana Taddeoda CNN , Buenos Aires

    Um mês após protagonizar uma crise diplomática que levou o governo espanhol a retirar sua embaixadora da Argentina, Javier Milei fez uma nova viagem privada a Madri nesta sexta-feira (21) e voltou a criticar o primeiro-ministro Pedro Sánchez.

    Depois de receber uma medalha internacional da Comunidade de Madri, o presidente argentino afirmou que Sánchez “apesar de ter estudado economia, ou não entendeu, ou deve gostar muito do Estado para atropelar os espanhóis”.

    “Tenho a esperança de que [os espanhóis] estejam acordando, assim como acordaram na Argentina”, disse ele em discurso, no qual pediu: “Não deixem que o socialismo arruine a vida de vocês”.

    Milei também falou sobre “mãos porosas dos políticos”, em uma frase que está sendo interpretada pela imprensa argentina como uma alusão à esposa de Sánchez: “talvez não sejam as do político diretamente, talvez sejam a de um irmão, ou companheiro, ou o que for, né?”

    Relembre a crise diplomática

    Em meados de maio, ao participar em um evento do Vox – partido da extrema direita espanhola – em Madri, o presidente argentino chamou, em discurso, a esposa de Sánchez, investigada por suposto tráfico de influências, de “corrupta”. Em reação, a Espanha chamou para consultas sua embaixadora em Buenos Aires e exigiu “desculpas públicas” de Milei.

    O presidente argentino, no entanto, disse que o governo espanhol é quem lhe devia desculpas, já que o ministro dos Transportes de Sánchez socialista, Oscar Puentes, insinuou que Milei usou “substâncias” durante a campanha eleitoral.

    Diante da negativa de Milei em se desculpar, o primeiro-ministro do Partido Socialista Operário Espanhol (Psol) retirou definitivamente sua embaixadora da capital argentina.

    Em meio ao conflito, a nova viagem do presidente argentino a Madri, novamente sem previsão de encontros com integrantes do governo espanhol, gerou desconforto.

    “É surpreendente e anómalo que um presidente estrangeiro não solicite, em nenhuma das suas primeiras visitas a Espanha, uma reunião institucional com o seu homólogo, como fazem todos os chefes de Estado do mundo”, afirmou o ministério espanhol das Relações Exteriores em comunicado.

    A porta-voz do palácio de La Moncloa, Pilar Alegría, por sua vez, disse esperar que Milei “mantenha o respeito à Espanha e às suas instituições” em suas declarações no país.

    O governo espanhol também considerou uma provocação a entrega da medalha ao argentino pela presidente da Comunidade de Madri Isabel Diaz Ayuso, e acusou a política conservadora do Partido Popular, fortemente contrária a Sánchez, de “deslealdade institucional”.

    A ministra do Trabalho de Sánchez, Yolanda Díaz, também criticou a homenagem, afirmando que a medalha premia “uma política que está levando a Argentina para a pobreza”.

    Na Espanha, Milei também receberá um prêmio do Instituto Juan de Mariana, um think tank libertário, antes de partir para a Alemanha, onde se encontrará com o chanceler Olaf Scholz.

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