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    Em livro, sobrinha de Trump diz que presidente dos EUA é ‘incapaz de evoluir’

    ‘Too Much and Never Enough’ será lançado na próxima semana, duas antes do previsto

    Brian Stelter, , da CNN

    Um livro de revelações escrito por Mary Trump, sobrinha do presidente dos Estados Unidos e psicóloga clínica licenciada, será publicado na próxima semana, duas antes do previsto, anunciou a editora Simon & Schuster. Na obra, Mary descreve Donald Trump como um “homem problemático” com “falhas letais”, que “ameaça a saúde mundial, a segurança econômica e o tecido social”, afirmou a editora em seu site.

    Mary Trump está em uma batalha legal na qual é acusada de violar um acordo de confidencialidade. Mas o caso não vai afetar o lançamento do livro. 

    “Em razão da alta demanda e interesse extraordinário no livro, Too much and never enough: how my family created the world’s most dangerous man (Demais e nunca o suficiente: como minha família criou o homem mais perigoso do mundo, em tradução livre), de Mary L. Trump, será lançado em 14 de julho de 2020”, anunciou a Simon & Schuster. A previsão era para 28 de julho.

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    A editora já imprimiu 75 mil cópias do livro — ele já é o mais vendido na Amazon, ultrapassando a autobiografia de John Bolton chamado The room where it happened (A sala onde aconteceu, em tradução livre).

    Trump é “incapaz de crescer, aprender ou evoluir”

    No prólogo do livro, Mary Trump escreve: “Além dos relatos em primeira mão, que posso dar como filha de meu pai e única sobrinha de meu tio, tenho a perspectiva de uma psicóloga clínica treinada. Too much and never enough é a história da família mais em evidência e poderosa do mundo. E eu sou a única Trump que está disposta a contar”.

    A Simon & Schuster divulgou a contracapa do livro na segunda-feira. Ela mostra um trecho em que Mary diz que “hoje, Donald é como ele era com três anos de idade: incapaz de crescer, aprender ou evoluir, incapaz de equilibrar suas emoções, moderar suas respostas ou captar e sintetizar informações”.

    Mary também escreve sobre o pai do presidente, Fred, que “deixou-o aterrorizado”. “Donald sofreu privações que o assustariam por toda a vida”, destaca ela.

    Disputa na Justiça

    Quando a existência da obra foi revelada em junho, o irmão mais novo do presidente, Robert, tomou medidas legais para impedir a publicação. Ele está sendo representado por Charles Harder, um dos advogados de Donald Trump, que trabalha com o presidente há anos.

    Após perder no tribunal de Queens, Robert Trump levou o caso para a Suprema Corte do Estado de Nova York, onde ficou por pouco tempo e ganhou uma liminar contra Mary Trump e a Simon & Schuster. Mas um tribunal de apelação suspendeu a ordem de restrição temporária contra a editora no dia seguinte.

    A ordem de restrição contra Mary ainda existe, por isso ela não pode comentar o caso publicamente. Ela tem um porta-voz, Chris Bastardi, que disse na segunda: “O ato de um presidente em exercício para amordaçar uma cidadã é só o mais recente de uma série de comportamentos perturbadores que já desestabilizaram uma nação fraturada diante de uma pandemia global. Se Mary não pode falar, ninguém pode evitar a pergunta: do que Donald Trump tem tanto medo?”

    O advogado de Mary, Ted Boutrous, disse, no domingo (5), no programa Reliable Sources, da CNN, que ele está confiante que a ordem de restrição será suspensa. “A Suprema Corte nunca manteve uma restrição prévia em qualquer caso na história em que havia discurso político”, afirmou ele. “É um livro importante sobre o presidente dos EUA.” A próxima audiência do caso está marcada para sexta-feira.

    Em uma nota em nome de Mary, Boutrous e os outros advogados dela disseram que o livro é a “própria história dela sobre a vida como membro da família Trump, uma história que inclui informação sobre delitos financeiros e familiares do presidente dos EUA e seus irmãos”.

    “O livro aborda questões de grande importância para o nosso país, com pontos críticos relacionados ao presidente dos EUA, seus anos de formação e os acordos financeiros de sua família”, segundo o processo. “A senhorita Trump oferece uma perspectiva pessoal sobre o presidente Trump — valiosa fonte de informações de uma testemunha para historiadores e cidadãos.”

    Harder não respondeu aos pedidos por comentários.

    (Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês.)

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