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    Em fuga, presidente do Sri Lanka envia e-mail com pedido de renúncia a líder do Parlamento

    Não ficou imediatamente claro se o documento, enviado logo após a chegada de Rajapaksa a Singapura, seria aceito neste formato

    O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, fugiu para as Maldivas na quarta-feira (13)
    O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, fugiu para as Maldivas na quarta-feira (13) hoto by John Angelillo-Pool/Getty Images

    Alasdair PalChen LinUditha Jayasingheda Reuters

    O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, apresentou uma carta de renúncia após fugir para Singapura durante os protestos em massa contra o colapso econômico que assolam o seu país.

    Rajapaksa enviou por e-mail uma carta de renúncia ao presidente do parlamento do país neste quinta-feira (14), disseram dois interlocutores à Reuters.

    Não ficou imediatamente claro se a carta, enviada logo após a chegada de Rajapaksa a Singapura, seria aceita em formato de e-mail, acrescentaram as fontes.

    O presidente, que fugiu para as Maldivas na quarta-feira (13) para escapar de uma revolta popular sobre o papel de sua família em uma crise econômica paralisante, seguiu para Singapura em um voo de uma companhia aérea saudita, informou um interlouctor.

    Um passageiro do voo, que não quis ser identificado, disse à Reuters que Rajapaksa foi recebido por um grupo de seguranças e foi visto saindo da área VIP do aeroporto em um comboio de veículos pretos.

    Funcionários da companhia aérea no voo disseram que o presidente, vestido de preto, voou na classe executiva com sua esposa e dois guarda-costas, descrevendo-o como “tranquilo” e “amigável”.

    O Ministério das Relações Exteriores de Singapura disse que Rajapaksa entrou no país em uma visita particular e não solicitou ou recebeu asilo.

    Sua decisão na quarta-feira (13) de tornar o seu aliado primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe o presidente interino do país desencadeou mais protestos, com manifestantes invadindo o parlamento e o gabinete do primeiro-ministro, exigindo que ele também renuncie.

    “Queremos que Ranil vá para casa”, disse na quinta-feira Malik Perera, motorista de riquixá de 29 anos que participou dos protestos no parlamento.

    “Eles venderam o país, queremos que uma boa pessoa assuma, até lá não vamos parar.”

    Os protestos contra a crise econômica fervilham há meses e chegaram ao auge no fim de semana passado, quando centenas de milhares de pessoas tomaram prédios do governo em Colombo, culpando a poderosa família Rajapaksa e seus aliados pela inflação descontrolada, escassez de bens básicos e corrupção.

    Rajapaksa, sua esposa e dois guarda-costas fugiram do país em um avião da Força Aérea na quarta-feira (13) e seguiram para as Maldivas.

    Dentro da residência do presidente nesta quinta, cingaleses comuns vagavam pelos corredores, apreciando a extensa coleção de arte do prédio, carros de luxo e piscina.

    “A luta não acabou”, desabafou Terance Rodrigo, um estudante de 26 anos que disse estar dentro do complexo desde que foi tomado por manifestantes no sábado, juntamente com a residência oficial do primeiro-ministro.

    “Temos que tornar a sociedade melhor do que isso. O governo não está resolvendo os problemas das pessoas.”

    Os locais habituais de protesto, no entanto, estavam pacíficos, e os organizadores devolveram as residências do presidente e do primeiro-ministro ao governo.

    “Com o presidente fora do país…, manter os lugares capturados não tem mais valor simbólico”, disse Chameera Dedduwage, um dos organizadores, à Reuters.

    Outro organizador, Kalum Amaratunga, porém, afirmou que uma repressão pode ser iminente depois que Wickremesinghe classificou alguns manifestantes de “fascistas” em um discurso na noite anterior.

    O governo impôs um toque de recolher em Colombo do meio-dia na quinta-feira ao início da manhã de sexta-feira (15), em uma tentativa de evitar mais problemas.

    A mídia local mostrou veículos blindados com soldados patrulhando as ruas da cidade.

    Os militares disseram que as tropas foram autorizadas a usar a força para proteger pessoas e bens públicos.

    Espera-se que o Parlamento nomeie um novo presidente em tempo integral em 20 de julho e uma fonte importante do partido no poder disse à Reuters que Wickremesinghe era a primeira escolha do partido, embora nenhuma decisão tenha sido tomada.

    A escolha da oposição é seu principal líder, Sajith Premadasa, filho de um ex-presidente.