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    Em desafio para Erdogan, Turquia conta votos e se prepara para disputa de segundo turno

    Atual presidente lidera mas ainda não alcançou a maioria necessária para garantir a vitória

    Da CNN

    Com 99% das urnas apuradas, o atual presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, lidera as eleições presidenciais com 49,49% dos votos enquanto seu adversário, Kemal Kilicdaroglu, conta com 44,96%, segundo o chefe do Conselho Eleitoral Supremo da Turquia, Ahmet Yener. No entanto, esse resultado leva a disputa para um segundo turno.

    No começo da apuração, os primeiros resultados colocavam Erdogan confortavelmente à frente, mas conforme a contagem continuou, sua vantagem diminuiu e está abaixo dos 50% necessários para garantir a vitória.

    Caso nenhum alcance a maioria, o próximo turno será em 28 de maio. Se acontecer, é a primeira vez de Erdogan em um segundo turno.

    Kilicdaroglu saudou a perspectiva de um segundo turno e disse que seu partido triunfaria. “Se nossa nação levar para segundo turno, aceitamos com prazer. Com certeza venceremos esta eleição no segundo turno. Todo mundo vai ver isso”, disse.

    A corrida representa o maior desafio até agora para o líder turco Erdogan, que enfrentou ventos econômicos contrários e críticas devido ao impacto do devastador terremoto de 6 de fevereiro.

    Pela primeira vez, a oposição da Turquia se uniu em torno de um único candidato, Kilicdaroglu, que representa uma coalizão eleitoral de seis partidos da oposição.

    Antes da votação, analistas previam que Erdogan não abriria mão do poder sem luta – e que, mesmo que Kilicdaroglu conseguisse sair na frente, era possível que os números fossem contestados.

    No início da contagem, o atual presidente estava confiante de que conseguiria votos suficientes para vencer a eleição. “Acreditamos que terminaremos esta rodada com mais de 50% dos votos”, disse.

    Kilicdaroglu acusou anteriormente o Partido AK de Erdogan de exigir recontagens e atrasar os resultados em redutos da oposição, inclusive em Ancara e Istambul.

    Segundo o chefe do Conselho Eleitoral Supremo da Turquia, Ahmet Yener, a participação eleitoral foi de 88,8%. Trata-se de uma das eleições mais importantes nos 100 anos de história do país, uma disputa que poderia acabar com o governo imperioso de 20 anos de Erdogan e repercutir muito além das fronteiras do país.

    Pesquisa de opinião

    Antes da eleição, havia dado a Kilicdaroglu, que lidera uma aliança de seis partidos, uma ligeira vantagem, com duas pesquisas na sexta-feira (11) o mostrando acima do limite de 50%.

    Um alto funcionário da aliança de oposição, que não quis ser identificado, disse que “parece que não haverá vencedor no primeiro turno. Mas, nossos dados indicam que Kilicdaroglu vai liderar.”

    Citando dados da agência estatal Anadolu, a mídia turca disse que, com quase 75% das urnas contadas, Erdogan estava com 50,83% e Kilicdaroglu com 43,36%.

    A votação presidencial decidirá não apenas quem lidera a Turquia, um país membro da OTAN de 85 milhões, mas também como ela é governada, para onde sua economia está indo em meio a uma profunda crise de custo de vida e a forma de sua política externa.

    As eleições, que também são para o parlamento, estão sendo observadas atentamente nas capitais ocidentais, no Oriente Médio, na OTAN e em Moscou.

    Uma derrota para Erdogan, um dos aliados mais importantes do presidente Vladimir Putin, provavelmente irritará o Kremlin, mas confortará o governo Biden, assim como muitos líderes europeus e do Oriente Médio que tiveram relações problemáticas com Erdogan.

    O líder mais antigo da Turquia transformou o membro da OTAN e o segundo maior país da Europa em um player global, modernizou-o por meio de megaprojetos como novas pontes, hospitais e aeroportos e construiu uma indústria militar procurada por estados estrangeiros.

    Mas sua política econômica volátil de baixas taxas de juros, que desencadeou uma espiral de crise do custo de vida e inflação, o deixou vítima da raiva dos eleitores. A resposta lenta de seu governo a um terremoto devastador no sudeste da Turquia, que matou 50.000 pessoas, aumentou a consternação dos eleitores.

    Kilicdaroglu prometeu colocar a Turquia em um novo rumo, revivendo a democracia após anos de repressão do Estado, retornando às políticas econômicas ortodoxas, capacitando instituições que perderam autonomia sob o controle rígido de Erdogan e reconstruindo laços frágeis com o Ocidente.

    Milhares de presos políticos e ativistas, incluindo nomes de alto escalão como o líder curdo Selahattin Demirtas e o filantropo Osman Kavala, podem ser libertados se a oposição prevalecer.

    Com informações da Reuters e CNN Internacional