Eleições nos EUA: Jornalistas da CNN falam sobre últimos dias de Biden e Trump
Faltando menos de 24 horas para o dia da eleição nos EUA, pedimos aos nossos repórteres setoristas das duas campanhas que compartilhassem algo que os marcaram
Faltando menos de 24 horas para o dia da eleição nos Estados Unidos, pedimos aos nossos repórteres setoristas das duas campanhas que compartilhassem algo que se destacou para eles nos dias finais da campanha.
Jornalistas chamados de “setoristas” são os profissionais destacados pela redação para cobrir um tema ou acontecimento específico, como, por exemplo, uma campanha eleitoral.
Aqui está o que eles disseram:
Donald Judd, setorista da campanha de Donald Trump
“No último mês da eleição de 2020, o presidente Donald Trump aproveitou todas as oportunidades para minimizar a pandemia de coronavírus que assolava o país, mesmo enquanto contraía o mesmo vírus que procurava minimizar.
E foi assim que, em uma segunda-feira úmida, eu me vi numa pista de um aeroporto, quase uma semana e meia depois que o presidente revelou que ele e sua esposa tinham testado positivo para coronavírus, cercado por partidários do presidente. Não houve nenhum esforço para impor o distanciamento social, e máscaras foram distribuídas, mas poucas pessoas do público optaram por usá-las.
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Mesmo com o aumento constante dos casos, atingindo níveis de recorde global, mesmo com a Casa Branca passando por seu próprio surto de coronavírus (e, em seguida, experimentando outro antes do dia da eleição), mesmo com o fracasso de sua estratégia de “testar frequentemente com máscaras ou protocolo de distanciamento”, mesmo com o aumento constante dos casos em todo o país, o presidente continuou a dizer aos apoiadores que agora estava imune, que o país estava contornando a curva de um vírus, que uma vacina estava a caminho antes do dia das eleições, apesar do que os especialistas médicos disseram.
O próprio caso do coronavírus do presidente serviu como um microcosmo da atitude da campanha em relação à pandemia em larga. Ao minimizá-la, ofuscá-la, usar informações incorretas sobre ela e, em última análise, ignorá-la, ele ofereceu um vislumbre de como conseguimos chegar onde estamos hoje, quase oito meses depois de os EUA relatarem seu primeiro caso de coronavírus”.
Sarah Mucha, setorista da campanha de Joe Biden:
“Tendo coberto a campanha de Joe Biden desde o início, vi todos os altos e baixos: desde quando ele ficou em quarto lugar nas primárias de Iowa até sua vitória na Carolina do Sul, que o colocou no caminho da indicação democrata.
Eu participei de eventos em New Hampshire, onde ele lutou para reunir um público de mais de 100 pessoas, e eu o vi fazer campanha ao lado de seu ex-chefe e principal substituto, Barack Obama, como o candidato democrata. Durante os altos e baixos da campanha, no entanto, a mensagem de Biden permaneceu consistente.
Ele se retrata como a antítese de Donald Trump, tentando estabelecer um contraste marcante na liderança com o atual presidente. Essa tentativa de ilustrar a diferença entre ele e Trump só se fortaleceu à medida que o país enfrenta várias crises, incluindo a pandemia do coronavírus, e Biden coloca a responsabilidade diretamente sobre os ombros do presidente.
Nos últimos meses de campanha, esse contraste se manifestou na forma como os candidatos escolheram fazer campanha em meio à pandemia. Em vez de realizar muitos grandes comícios presenciais, Biden optou por realizar menos eventos ‘seguros para a Covid’, incluindo comícios estilo drive-in”. (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).