Eleições nos EUA: chefe dos correios é processado por 6 estados norte-americanos
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Seis estados norte-americanos, liderados pela Pensilvânia, processaram nesta sexta-feira (21) o Serviço Postal dos Estados Unidos e o diretor-geral, Louis DeJoy, em razão das mudanças promovidas, nas últimas semanas, que poderiam afetar as eleições presidenciais de novembro.
Também nesta sexta-feira, DeJoy foi ouvido em audiência no Senado após ser convidado para explicar as medidas adotadas por sua administração, acusada de realizar mudanças operacionais que prejudicariam a votação por correspondência.
O General Josh Shapiro, que está à frente da acusação, afirma que “DeJoy passou por cima, ilegalmente, da Comissão Reguladora dos Correios, e que atrasos causados pelas mudanças violam a cláusula das Eleições da Constituição”.
O chefe dos Correios alegou que o Serviço Postal está apto para a tarefa de realizar as eleições via correspondência, uma reafirmação que vem após o Partido Democrata levantar questionamentos sobre as operações dos correios, no caminho para a eleição presidencial.
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“Enquanto adentramos a temporada eleitoral, eu quero assegurar a esse comitê e ao público estadunidense que o Serviço Postal é completamente capaz e comprometido a entregar as correspondências da eleição de forma segura e pontual, disse DeJoy aos legisladores em audiência.
“Esse dever sagrado é minha prioridade nº 1 entre hoje e o dia das eleições”, declarou. DeJoy testemunhou ao Comitê de Segurança Nacional e Assuntos Governamentais do Senado, liderado por republicanos.
A audiência virtual foi a primeira oportunidade do líder dos correios americanos de responder perguntas, publicamente, em meio a acusações de que o governo de Donald Trump está deliberadamente sabotando as operações do Serviço Postal por meio da mudança de operações que tornaram a entrega de correspondência mais lenta.
O diretor-geral dos Correios dos EUA reconheceu que houver atrasos, mas defendeu a implementação das mudanças argumentando que vão resultar em diminuição de custos e melhorias no serviço.
“Tivemos alguns atrasos nas entregas”, disse DeJoy. “A mudança que fiz atinge nosso cronograma, o cronograma de transportes. Eu acredito que economizaremos pelo menos US$ 1 bilhão por conta disso e será a chave para a conectividade e a melhoria de nossos serviços.”
Ele enfatizou também que problemas no funcionalismo associados à pandemia contribuíram com os atrasos.
“Houve uma diminuição na velocidade da correspondência quando nossa produtividade não atendia ao cronograma”, ele disse, “mas também nossos funcionários estão passando pela pandemia da Covid também, e temos um problema grave na disponibilidade deles em várias regiões do país que estão levando a atrasos nas entregas.”
Durante a audiência, DeJoy garantiu que “não houve mudanças em nenhuma das políticas que dizem respeito à correspondência eleitoral para as votações de 2020”.
DeJoy, que tem sido um aliado do presidente americano, Donald Trump e contribui financeiramente com o partido republicano, também afirmou que nunca falou com o Trump ou qualquer integrante da Casa Branca sobre mudanças no Serviço Postal e seus potenciais impactos nas eleições de novembro.
Republicanos congressistas acusaram Democratas de terem preocupações infundadas e de realizarem ataques desnecessários ao chefe dos correios.
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O presidente do Comitê do Senado para Segurança Doméstica, Ron Johnson, um republicano de Wisconsin, afirmou na audiência que democratas tornaram DeJoy um alvo de acusações para obter ganho político.
Por outro lado, o senador Gary Peters de Michigan, o democrata mais relevante no painel, disse que DeJoy “minou uma das instituições mais confiáveis da nação”. “As mudanças operacionais que você implementou, sem consultar seus clientes ou o público, causaram atrasos significativos. Atrasos que prejudicam pessoas em todo o país.”
Democratas argumentaram que não há transparência o suficiente sobre as mudanças operacionais nos serviços de entrega, e que DeJoy recuou ao ser obrigado a fornecer transcrições de reuniões particulares no início do ano.
As controvérsias sobre as operações do Serviço Postal estão se desdobrando enquanto Trump tem atacado repetidamente a votação por correspondência, declarando, sem provas, que o modelo não é confiável.
(Com informações de Clare Foran, Jeremy Herb, Meg Wagner, Melissa Macaya, Veronica Rocha, da CNN)