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    Waack: Debate expôs visões irreconciliáveis sobre os EUA

    Trump aposta que os americanos estão tão frustrados quanto ele em relação ao governo em Washington; Kamala Harris parece esperar que os eleitores estejam cansados de Trump e desejem virar a página

    William Waack

    Kamala Harris jantou Donald Trump no debate, mas será que isso garantirá sua vitória na eleição americana? Não se pode afirmar com certeza.

    Há um certo consenso entre jornalistas, analistas e profissionais de marketing eleitoral de que a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos se comportou de maneira equilibrada, sóbria e, dentro das limitações da política, de forma coerente.

    Por outro lado, o ex-presidente Donald Trump demonstrou irritação e se perdeu em argumentos, mesmo quando o assunto, como a inflação, lhe favorecia para ataques.

    No entanto, é preciso considerar que os debates não devem ser vistos como uma troca de ideias e argumentos com início, meio e fim.

    São eventos projetados para reforçar impressões rápidas, emoções intensas e uma avaliação subjetiva dos participantes.

    Não se trata de um processo racional, focado na checagem de fatos e na veracidade das afirmações.

    Antes deste evento, a eleição americana estava dividida, com números tão próximos que a tornavam imprevisível.

    O debate reduziu esse grau de imprevisibilidade? Não temos essa resposta, mas minha aposta pessoal é que não.

    Trump manteve sua postura habitual, que agrada a seus apoiadores e irrita seus detratores, e isso continua a ser seu principal trunfo político.

    Kamala Harris mostrou-se articulada e segura, similar a como Hillary Clinton se apresentou contra Trump em 2016, mas perdeu.

    Ela parece esperar que os eleitores estejam cansados de Trump e desejem virar a página, como resumido pelo New York Times.

    No entanto, o que saiu do debate é preocupante.

    As eleições revelam duas visões irreconciliáveis do que significa ser americano. Cada lado vê a vitória do outro como uma questão de perigo existencial.

    Portanto, o resultado – e não apenas das eleições – continua imprevisível.

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