Kamala Harris promete impedir “proibições extremas ao aborto” de Trump

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, prometeu acabar com as proibições ao aborto do ex-presidente Donald Trump e ajudar a restaurar as liberdades reprodutivas, nesta terça-feira (23), no primeiro evento de campanha depois que Joe Biden, se retirou da campanha de reeleição no domingo.

“E nós, que acreditamos na liberdade reprodutiva, impediremos as proibições extremas do aborto impostas por Donald Trump, porque confiamos que as mulheres tomarão decisões sobre o seu próprio corpo e não deixaremos que o seu governo lhes diga o que fazer”, disse Harris a uma multidão entusiasmada.

“E quando o Congresso aprovar uma lei para restaurar as liberdades reprodutivas como presidente dos Estados Unidos, vou sancioná-la”, disse a democrata no seu primeiro comício de campanha em Wisconsin.

Espera-se que os direitos reprodutivos sejam uma questão importante na corrida eleitoral dos Estados Unidos.

Antes da convenção do Partido Republicano, o painel encarregado de elaborar e produzir uma plataforma para o Comitê Nacional Republicano adotou um documento reduzido que suavizou a linguagem sobre o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Sobre o aborto, a linguagem atualizada reflete a posição de Trump no rescaldo da decisão do Supremo Tribunal que anulou Roe vs. Wade de que as restrições deveriam agora ser deixadas aos estados.

“Acreditamos que a 14ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos garante que a nenhuma pessoa pode ser negada a vida ou a liberdade sem o devido processo, e os Estados são, portanto, livres para aprovar leis que protejam esses direitos”, escreve-se em um rascunho do documento obtido pela CNN.

A nova plataforma não menciona uma proibição nacional do aborto, uma política que alguns conservadores queriam ver incluída, mas à qual o antigo presidente disse publicamente que se opõe.

Kristen Holmes e Daniel Strauss da CNN contribuíram para este relatório.

Novos ataques contra Trump

Kamala Harris voltou a atacar Donald Trump, com quem provavelmente disputará a Presidência em 5 de novembro.

A multidão gritou brevemente “prendam ele”, em referência a Donald Trump. Em 2016, os apoiadores do ex-presidente frequentemente faziam referência à então candidata democrata Hillary Clinton e gritavam “prendam ela” nos comícios do republicano.

Ela repetiu o que disse em discurso na segunda-feira (22), relembrando o período em que foi procuradora-geral estadual e destacando que lidou com criminosos de todos os tipos.

“Predadores que abusavam de mulheres, fraudadores que roubavam consumidores, trapaceiros que quebravam as regras para seu próprio ganho. Então, ouça-me quando digo: eu conheço o tipo de Donald Trump”, comentou.

“E nesta campanha, eu prometo a vocês: orgulhosamente colocarei meu histórico contra o dele em qualquer dia da semana”, ela acrescentou.

Apoio para nomeação democrata

Kamala Harris soube na manhã desta terça-feira (23) que “ganhou o apoio de delegados suficientes para garantir a nomeação democrata”, segundo o que disse no comício em Wisconsin.

“Estou muito honrada e prometo a vocês que passarei as próximas semanas continuando a unir nosso partido para que estejamos prontos para vencer em novembro”, ela acrescentou.

A vice-presidente dos Estados Unidos elogiou o legado do presidente Joe Biden em seu primeiro comício de campanha presidencial em Milwaukee, Wisconsin.

Ela disse que estava profundamente grata pelo serviço contínuo de Biden à nação.

“É uma grande honra ter o apoio de Joe Biden nesta corrida”, afirmou.

Arrecadação Histórica

Harris elogiou o fato da sua campanha ter arrecadado dezenas de milhões em financiamento popular nas últimas 24 horas.

“Estamos realizando uma campanha movida pelas pessoas. E acabamos de receber algumas notícias de última hora, acabamos de ter as melhores 24 horas de arrecadação de fundos de base na história da campanha presidencial e porque somos uma campanha movida pelo povo, é assim que você sabe que seremos uma presidência que prioriza o povo”, disse a democrata.

A campanha presidencial de Harris anunciou na segunda-feira (22) que arrecadou US$ 81 milhões nas primeiras 24 horas desde que Harris anunciou que buscaria a indicação democrata.

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